memórias

Jornalista publica livro com contos sobre crimes da ditadura

'Contos Para Falar de Morte e Vida' será lançado nesta quarta (10), às 19h, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo

sjsp/divulgação

Escritora e ativista de direitos humanos Denise Santana Fon já escreveu livro sobre as Ligas Camponesas

São Paulo – A escritora e ativista de direitos humanos Denise Santana Fon lança hoje (10) o livro Contos Para Falar de Morte e Vida, que aborda, de forma poética, temas ligados aos crimes cometidos pela ditadura civil-militar (1964-1985) no Brasil. “É muito importante abordar de forma literária o tema, para falar da realidade e transmitir com ternura para as pessoas. É necessário criar figuras de linguagem para fugir da realidade”, afirmou Denise, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

O lançamento do livro será às 19h, na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, na Rua Rego Freitas, 530, na Vila Buarque, região central.

Leia trecho da entrevista:

Você fala da ditadura de forma poética. Como foi a elaboração?

Minha primeira investida na área da literatura e do jornalismo foi sobre a morte do João Pedro Teixeira, em 1962. Não tinha havido o golpe, mas as pessoas sabem que no campo a situação era de repressão absoluta. Os camponeses trabalhavam até 14 horas, não recebiam e ficavam escravos dos donos de fazendas.

Quando mataram um dos principais líderes das Ligas Camponeses, o camponês João Pedro Teixeira, fiquei tão revoltada que escrevi um livro chamado Aleluia e Morte, publicado por um jornal na Paraíba sobre as Ligas Camponesas.

No conto “A busca”, você se inspirou na Dona Helena, que perdeu o filho no Araguaia e morreu sem encontrar o corpo do filho?

Nós temos um companheiro, o José Luiz Del Roio, que até hoje busca o corpo de sua ex-companheira. Mas o mais triste que acontece é que depois de tantos anos, com as ossadas jogadas de lá pra cá, infelizmente, está chegando um momento em que não se tem mais dinheiro. Cada vez se torna mais difícil a identificação das ossadas. É uma luta que não sai em jornal, é difícil.

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