São Paulo – Para lembrar o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, celebrado no sábado (30), diversos estados realizam ações de conscientização e prevenção ao longo desta semana. A atenção é redobrada com o aumento do fluxo de pessoas em função da proximidade dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Amazonas, Bahia, Amapá, Ceará, Rio de janeiro e São Paulo estão distribuindo panfletos em rodoviárias e aeroportos.

Em Brasília, o governo do Distrito Federal, em parceria com a ONU e a Defensoria Pública da União, realizou ontem (26) um simpósio sobre o tema com especialistas e representantes da sociedade civil organizada.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 2,5 milhões de pessoas são traficadas anualmente em todo o mundo. No Brasil, o último relatório lançado pelo Ministério da Justiça, em parceria com o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), registra 514 denúncias entre 2005 e 2011.

Cerca de US$ 32 bilhões são movimentados para o tráfico internacional de pessoas, e 80% das vítimas são exploradas sexualmente. O crime atende ainda a outras finalidades, como casamentos forçados e a extração ilegal de órgãos.

“Como grupos vulneráveis, temos mulheres,  crianças e adolescentes que são traficados, basicamente, para Portugal, Espanha, Holanda e Suíça”, afirma o diretor de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Apoio ao Migrante e Refugiado, da Secretaria de Justiça do Distrito Federal, Flávio Alves da Silva, em entrevista ao repórter Uélson Kalinoviski, para o Seu Jornal, da TVT.

As ações de conscientização visam a evitar que, com a promessa de trabalho lucrativo, brasileiros sejam atraídos pelos traficantes. “São pessoas que são iludidas pelas promessas dos aliciadores”, afirma Silva. A perspectiva de ganhos em moeda estrangeira, como dólar e euro, também serve de atrativo.

A favor da vida

Na capital fluminense, sede dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, entidades da sociedade civil realizam a campanha Jogue a Favor da Vida, que também tem o objetivo conscientizar e mobilizar a população contra o tráfico de pessoas, o trabalho escravo, a exploração sexual e a comercialização de órgãos humanos durante a realização dos eventos esportivos.

Participam da ação o Movimento Nacional dos Direitos Humanos, o Núcleo Rede um Grito Pela Vida/RJ e o Centro dos Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu.