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Com vaquinha, jornalistas lançam portal para debater feminismo

Idealizadora do projeto, Paula Guimarães, afirmou que a receptividade positiva ao projeto demonstra que há uma demanda social ao jornalismo que aborde a reflexão sobre os papéis de gênero

Facebook/Catarinas

Catarinas é resultado de um financiamento coletivo lançado no Dia Internacional da Mulher (8 de março)

São Paulo – Voltado à abordagem de gênero, feminismos e direitos humanos, o portal Catarinas foi lançado ontem (28), na Fundação Cultural Badesc, em Santa Catarina. O site de notícias é idealizado pelas jornalistas Clarissa Peixoto e Paula Guimarães e a consultora de projetos em feminismo, gênero e sexualidade Kelly Vieira.

O Catarinas é resultado de um financiamento coletivo lançado no dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), que durou 45 dias e contou com a ajuda de artistas, jornalistas, fotógrafos e ativistas sociais, que colaboraram por meio de leilões virtuais. A meta foi alcançada em 21 de abril.

Em entrevista ao blog Somos Muitas, a jornalista e idealizadora do projeto Paula Guimarães afirmou que a receptividade positiva ao projeto demonstra que há uma demanda social ao jornalismo que aborde a reflexão sobre os papéis de gênero. “O feminismo traz a perspectiva dos direitos humanos em várias dimensões, desnudando as camadas de opressão, social, étnica e de gênero. É uma especialidade que confronta a cadeia de privilégios daqueles que mantêm a lógica patriarcal e capitalista.”

O Catarinas tem como objetivo oferecer periodicamente curadoria de informações relacionadas à temática, produção de conteúdo regional em Santa Catarina e observação dos debates públicos sobre o tema. Segundo o projeto, a ideia é desenvolver jornalismo especializado, campanhas educativas e mobilização em rede.

A primeira reportagem do Catarinas será sobre o silêncio sobre aborto clandestino e está prevista para a primeira quinzena de agosto.

Além das três idealizadoras, a equipe do Catarinas também é composta pelas jornalista Ana ​Claudia ​Araujo e a estudante de Ciências Sociais Kelly Vieira. O conselho editorial é formado por Clair Castilhos, do​s debates pelos​ direitos sexuais e reprodutivos​; Cristiane Mare da Silva​, do movimento de mulheres negras; Guilhermina Ayres, da pauta LBGT; Lilian Rossi, do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde; e a antropóloga Mônica Siqueira. A mídia digital conta com as colunistas Carla Salasário Ayres, doutoranda em Ciência Política, e Monique Prada, da Central Única das Trabalhadoras e Trabalhadores Sexuais (Cuts).