violação de direitos

‘O Estado não tem permissão para matar’, afirma militante do movimento negro

Em entrevista à TVT, Douglas Belchior comenta a ação da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo que assassinou um menino de 11 anos, após perseguição policial, no último sábado (25)

Futura Press/Folhapress

Amigos e familiares durante enterro do menino Waldick Gabriel Silva Chagas, de 11 anos, assassinado pela GCM

São Paulo – Para Douglas Belchior, militante do Movimento Negro e da Uneafro Brasil, as guardas municipais devem praticar ações comunitárias e não militares. Em entrevista à TVT, ele comenta a ação de integrantes da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo, que no sábado (25) assassinaram um menino de 11 anos, após perseguição.

A GCM ganhou poder de polícia em 2014, por uma ação do governo federal muito criticada pelos movimentos de direitos humanos. A gente não tem que fazer ações para militarizar as polícias municipais, ao contrário, nós temos que demonstrar nas gestões municipais que é possível uma polícia comunitária. Uma guarda que construa relações e raízes na comunidade, sem agir como a polícia”, afirma.

Belchior lembra que em nenhuma circunstância o Estado tem permissão para matar uma pessoa. “O Estado não pode ter permissão para assassinar em quaisquer circunstâncias. A gente cobra uma sociedade, onde as pessoas não se matem e o Estado tem que ser o primeiro promotor dos direitos humanos e não o primeiro violador, que é o que acontece, especialmente, no caso da polícia.”

Ele afirma que a polícia brasileira, além de agir a partir dos valores da truculência, trabalha na defesa do capital privado. “No Brasil não há pena de morte. O servidor público que tem como sua atribuição cuidar da sociedade, da segurança pública, não tem poder da vida de ninguém. Mais do que isso, normalmente, a polícia age e quando age assassinando pessoas, quase sempre ela está fazendo um trabalho de proteção do patrimônio privado. A vida tem valido muito menos do que um automóvel.”

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