DCM na TVT

Futebol e política: mídia partidarizada levou a disputa política para o ‘tapetão’

Os jornalistas Luis Nassif e Chico Malfitani, do coletivo Democracia Corinthiana, discutem o papel dos times políticos, dos principais jogadores e dos juízes midiáticos que atuam na atual crise brasileira

reprodução/TVT

Contra a partidarização da imprensa que persegue torcidas e movimentos de esquerda, a saída é o povo nas ruas

São Paulo – O programa Diário do Centro do Mundo, exibido ontem (12) pela TVT, traçou paralelos entre a atual crise política que atinge o país e a paixão do brasileiro pelo futebol. O jornalista Luis Nassif detalhou a participação da grande imprensa como uma das principais forças extra-campo, atuando em parceria com outros jogadores, em postos importantes da Justiça e do Estado. Já Chico Malfitani, um dos fundadores do movimento Democracia Corinthiana, quer trazer de volta o movimento e diz que a saída é “gente na arquibancada e gente nas ruas.”

Para Nassif, a ação articulada dos grandes veículos de imprensa confugiram atuação semelhante à de um partido político. Contudo, ele diz que, na ânsia de utilizar a informação como arma política, esses veículos vêm perdendo relevância e têm ficado a reboque da operação Lava Jato, que passou a pautar o Judiciário.

O jornalista afirma que o governo interno substituiu o presidencialismo de coalizão, baseado na negociação de espaços no governo em troca de apoio parlamentar, pelo “presidencialismo condominial”, em que os integrantes do condomínio escolheram o vice Michel Temer como síndico. “O sindico é muito fraco. Entra de forma ilegítima. E permite um desmanche total. Um cara que é interino não pode fazer o que ele está fazendo”, afirma Nassif.

Assista à primeira parte do programa:

Chico Malfitani, que também é jornalista e integra o novo coletivo Democracia Corinthiana, reeditando a ação de cerca de 40 anos atrás, quando os torcedores se organizaram para protestar contra a ditadura, disse que o governo atual chegou ao poder no “tapetão”, em alusão ao jargão futebolístico para vitórias conseguidas nos tribunais esportivos e não nos gramados.

A torcida não gosta que se ganhe no tapetão. Tenho certeza que o povo brasileiro não está gostando daquilo que está vendo, inclusive da atuação dos juízes”, apontou o corintiano. Malfitani, também um dos fundadores da Gaviões da Fiel, disse que pouca coisa mudou desde 1969, quando a torcida foi fundada.

Assista à segunda parte do programa:

A gente fundou a Gaviões em 1969. De lá para cá nada mudou. A mídia tradicional sempre criminalizou torcida organizada e a esquerda organizada. Infelizmente, não mudou muito da época da fundação para cá”, disse Chico.

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