Em São Paulo

Seminário discute políticas públicas sobre gênero nas escolas

Professor da Universidade Federal de Pernambuco alerta que, ao decorrer da vida, os jovens irão aprender sobre sexualidade às vezes de forma preconceituosa e errada

Reprodução/TVT

Discussão sobre gênero na escola não é proibida, mas segundo ativistas debate às vezes se torna difícil

São Paulo – O seminário “Gênero e Educação: avanços, desafios e ação política”, que se encerrou na última terça-feira (3), em São Paulo, discutiu estratégias para fortalecer os temas de gênero, sexualidade e raça nas políticas educacionais. A discussão sobre gênero na escola não é proibida, mas, não é tarefa fácil e está ficando mais difícil, alerta Toni Reis, integrante da Associação Brasileira LGBT. Em entrevista ao repórter Jô Miyagui, da TVT, isso é motivado pelo avanço do conservadorismo e fundamentalismo religioso.

Nosso país vive uma onda fascista, conservadora e fundamentalista. Isso tem provocado retrocessos na educação. Nós temos escolas que recebem notificações extrajudiciais para os profissionais não tratem as questões de gênero, sexualidade, raça e etnia, porque pode transformar as crianças em homossexuais, o que é um absurdo.

Para Ingrid Leão, integrante do Comitê Latino-americano das Mulheres, a discussão de gênero é um compromisso que todos têm com a sociedade. “Nós ouvimos falar nos meios de comunicação sobre a questão de gênero na política pública no plano de educação. Mas, existe uma questão de gênero no cotidiano escolar, onde professores estão sendo coagidos, proibidos a falar de gênero, o que é um compromisso que todos têm.”

O professor de Psicologia Bendito Medrado, da Universidade Federal de Pernambuco, diz que, ao decorrer da vida, os jovens irão aprender sobre sexualidade e, às vezes, de forma preconceituosa e errada. “Gênero é um conceito construído para se falar de desigualdade. Quem é contra a falar de desigualdade? Quem não reconhece que nos espaços de poder há uma predominância masculina e de brancos? É só olhar as informações disponíveis para nós para mostrar que existe a necessidade de trabalharmos essas questões dentro do contexto escolar.”

Integrantes dos movimentos feministas e LGBT’s têm denunciado os recentes ataques às leis e direitos da promoção de igualdade nos últimos anos. Os ativistas dizem que querem apenas respeito às diferenças.

“Todas as pesquisas que fizemos em relação a violência contra a população LGBT, um dos lugares mais constantes é na escola, onde deveria ser o espaço com mais proteção e segurança, então, mantermos o debate é para evitar o retrocesso”, afirma Medrado.

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