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Dia de luta antimanicomial é marcado por posições contra retrocessos

Entidade afirma que respeito à democracia está ligado à humanização do tratamento psicossocial. 'Se nos calarmos diante da ilegalidade, estaremos nos calando diante da intolerância'

divulgação/sms

Dança circular: tratamento psicossocial vem evoluindo nos últimos anos

São Paulo – Entidades organizadas da sociedade civil lembraram hoje (18) o Dia Nacional da Luta Antimanicomial com manifestação no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, organizados pela Frente Estadual Antimanicomial de São Paulo (Feasp). Em nota, a entidade reafirma a importância da mobilização, especialmente no atual momento do país. “Queremos uma democracia antimanicomial que respeite o posicionamento do povo e as conquistas populares de décadas”, afirma.

A Feasp diz que a sociedade não pode aceitar retrocessos na área, e que existe uma forte ligação entre a democracia e a humanidade do tratamento psiquiátrico, que não pode ser refém do mercado. “Aqueles que não obtiveram aprovação nas urnas e que se associam aos interesses de empresários financiadores inescrupulosos (do capital que se favorece pelo enfraquecimento e minimização do Estado), setores do Judiciário e da mídia, mancomunados para produzir atalhos que poderão escrever, se tiverem êxito, uma história de trevas.”

O preconceito é um dos principais fatores a serem combatidos sobre o tema, de acordo com a Feasp, e o ódio aliado ao desrespeito à democracia prejudicam a causa. “Conclamamos todos os militantes da luta antimanicomial a se unirem na luta pela democracia e contra o golpe. Repudiamos também o clima de ódio fomentado pelas grandes mídias. Se nos calarmos diante desta ilegalidade, estaremos nos calando diante da intolerância com o desigual, diante da violência contra os ditos ‘loucos’, usuários de drogas, comunidade LGBT, mulheres, negros e periféricos”, afirma a nota.

Em São Miguel, na região leste da capital paulista, familiares, gestores e trabalhadores das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS), da Secretaria Municipal da Saúde, realizaram uma caminhada pela manhã. Intitulada “Loucura em Movimento”, os presentes lembraram a data que marca 29 anos da presença da política antimanicomial no SUS. Os desafios ainda são presentes, porém, como lembra a secretaria, em nota, substituímos tratamentos desumanos, como eletrochoques, por conversas, oficinas criativas e mecanismos de inclusão.

O secretário municipal da Saúde, Alexandre Padilha, participou de atividades que marcaram o dia. Ele esteve presente na abertura do evento da Luta Antimanicomial realizado pelo Centro de Convivência e Cooperativa (Cecco) da Freguesia do Ó, na zona norte. Em nota, a secretaria afirmou que os objetivos das atividades são de “reforçar, humanizar e dar caráter inclusivo ao tratamento e atendimento às pessoas que sofrem de transtornos psíquicos”.

Na cidade de São Paulo, existem 27 unidades públicas de tratamento psicossocial. São sete unidades de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para adultos, cinco infantis, seis direcionado à usuários de álcool e outras drogas, quatro centros de convivência, três residências terapêuticas e uma unidade de acolhimento.

Com informações da Secom


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