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Reforma de semáforos deu fluência ao trânsito na cidade, diz Jilmar Tatto

“Por que a cidade está fluindo? Porque teve R$ 250 milhões na reforma semafórica. Você acha que isso não conta para o usuário do carro?”, indaga o secretário municipal de Transportes

LUIZ GUARNIERI/ABR

Congestionamentos: São Paulo experimenta melhora da fluidez e começa a servir de exemplo a outras cidades

São Paulo – A redução dos índices de congestionamentos na cidade de São Paulo se deve principalmente ao investimento em reforma semafórica da cidade, defende o secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto. “Por que a cidade está fluindo? Porque teve R$ 250 milhões na reforma semafórica. Você acha que isso não conta para o usuário do carro”, indaga. “Saímos de uma das piores cidades do mundo, a sétima, para 58ª, você acha que é força do acaso”, pergunta, ao se referir ao TomTom Trafic Index, ranking mundial de medição de congestionamentos, que em março apontou melhoria de 51 posições de São Paulo entre 295 cidades com mais de 800 mil habitantes.

Tatto diz que fatores como a redução de velocidade e a consequente redução de acidentes também estão colaborando para a maior fluidez. Ele também destaca intervenções menores, como as correções de geometria e que os corredores de ônibus contribuem para a equalização do trânsito na cidade. Diz ainda que a reforma semafórica nem sequer chegou, por enquanto, a dotar a cidade de semáforos inteligentes. “É a reforma semafórica mesmo, não é nem inteligente ainda”, afirma.

Segundo Tatto, quando Fernando Haddad foi eleito, a cada chuva eram 500, chegou-se a 800 semáforos quebrados. “Hoje tem chuva, tem o diabo, mas tem 80, 100 quebrados, e em duas horas são consertados. Antes, passava uma semana para consertar.” Ele também reclama que a reforma semafórica não foi divulgada pela grande mídia. “É que ninguém fala, mas semáforo é o seguinte: a cada ano que passa, aquilo que era 400 virava 600, vai aumentando. Houve uma intervenção forte nessa área.”

“Nós provamos que é possível uma cidade como São Paulo melhorar a fluidez, coisa que nas outras cidades não teve”, afirmou. E também arriscou uma comparação: “O Serra (José Serra, quando governador de São Paulo) gastou R$ 1,2 bilhão para fazer a reforma das marginais e ganhar uma faixa. E nós, reduzindo as velocidades, também ganhamos uma faixa, porque um veículo a 90 km/h precisa de 75 metros do veículo à frente para ter segurança. E quando você reduz, você baixa essa distância. Essa redução é como se ganhasse mais uma faixa”.

“Quando a 50 km/h todo mundo vai devagar e vai bem”, afirma em relação à velocidade das vias locais das marginais. “Já em alta velocidade tem de ficar brecando e assim cria uma onda de propagação e fica mais difícil para retomar a velocidade. Então, por que aumentou a fluidez? Porque não tem mais essa alternância de acelera e freia, e fora os acidentes, que também se reduziram.”

Estudo divulgado na terça-feira (12) pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), vinculada à Secretária Municipal de Transportes, mostrou que houve redução dos congestionamentos em todos os horários de medição da lentidão, no comparativo entre 2014 e 2015. A maior redução foi registrada no pico da tarde, entre 17h e 20h, de uma média de 114 quilômetros para 95 quilômetros (-16,6%). A redução dos congestionamentos ocorreu mesmo com a frota de veículos da cidade de São Paulo aumentando de 7,8 milhões no fim de 2014 para 8,1 milhões em dezembro de 2015.