Rio de Janeiro

Contra o impeachment, Furacão 2000 pretende levar 100 mil pessoas dos morros à orla

Fundador do grupo, Rômulo Costa espera forte adesão dos moradores de comunidades da região, como Rocinha, Vidigal, Pavão Pavãozinho e Cantagalo

Diego Baravelli/Fotoarena/Folhapress

Em ato na noite de ontem, milhares de pessoas tomaram os Arcos da Lapa em defesa da democracia

São Paulo – A Furacão 2000, tradicional organizadora de bailes funk carioca, pretende levar 100 mil pessoas das favelas do Rio de Janeiro para a orla da praia de Copacabana, durante a votação do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, domingo (17), na Câmara dos Deputados, para se manifestar contra o “golpe” representado pela proposta. O fundador da Furacão 2000, Rômulo Costa, espera forte adesão dos moradores de comunidades da região, como Rocinha, Vidigal, Pavão Pavãozinho e Cantagalo.

Admirador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Costa considerou absurdas as críticas a ele pelo que conquistou economicamente e afirmou que ele merecia mais. “Ele tinha que morar em um prédio de dez andares na (Avenida) Vieira Souto, por tudo o que já fez pelo país”, afirmou ao jornal carioca O Dia. A via é a mais nobre da cidade do Rio de Janeiro, com o metro quadrado habitacional mais caro da América Latina.

Evangélico e frequentador da Igreja Universal, Costa não poupou críticas ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal articulador do processo de impeachment, mas que é réu na Operação Lava Jato, suspeito de receber propina de US$ 5 milhões, mantidas em contas secretas na Suíça. “Temos um presidente ilegítimo para comandar o processo. O paraíso fiscal do Cunha, no Rio, é a Assembleia de Deus”, disse Costa.

O grupo pretende utilizar dois grandes caminhões de som para convocar a população e está negociando a participação de artistas no evento. “Teremos uma reunião amanhã (hoje) à noite para definir e liberar o nome deles”, afirmou. Ele ainda pretende solicitar a liberação, durante algumas horas, das catracas da Supervia e do Metrô Rio, concessionárias do transporte ferroviário carioca.

Ontem (11), um ato de artistas em defesa da democracia reuniu milhares nos Arcos da Lapa, região central do Rio de Janeiro. Os cantores e compositores Beth Carvalho, Chico Buarque, Nelson Sargento e o cineasta Luiz Carlos Barreto foram alguns dos que manifestaram repúdio ao impeachment e apoio ao ex-presidente Lula, que compareceu ao ato.

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