Emergência

Grandes nomes se reúnem em evento que alerta sobre genocídio indígena

Maria Bethânia, Chico Buarque, Caetano Veloso e Criolo estão entre os participantes. Segundo a Apib, há mais de 22 mil infectados e 639 mortos pela covid-19

Alex Pazuello/Prefeitura de Manaus
Alex Pazuello/Prefeitura de Manaus
Evento integra mobilização para arrecadar recursos para ações nos territórios indígenas, abandonados pelo governo

São Paulo – A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) realiza neste domingo (9) evento para denunciar o genocídio intensificado pela pandemia da covid-19. A data marca o dia internacional dos povos indígenas. Dados do Memorial pela Vida e Memória Indígena indicam que, até hoje (6), são 639 mortos e mais de 22 mil casos confirmados, em 148 povos afetados.

Entre os artistas que confirmaram participação, estão Maria Bethânia, Chico Buarque, Criolo, Caetano Veloso, Lenine, o ativista chinês Ai Weiwei, Mart´nália, Camila Pitanga e Philip Glass. Entre as lideranças indígenas, Cacique Raoni, Sonia Guajajara, Nara Baré, Joenia Wapichana, Kretã Kaingang, Davi Kopenawa e Dinamam Tuxá, que vão soar o maracá e salvar vidas indígenas durante a pandemia.

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Símbolo dos povos indígenas, o maracá está presente em rituais, de luta ou de celebração. “Fazemos ressoar nossos maracás para que as vidas indígenas impactadas pela pandemia sejam lembradas e para chamar atenção da sociedade sobre o que está acontecendo conosco”, diz Sônia Guajajara, coordenadora da Apib.

Segundo a entidade, o objetivo é estimular a solidariedade nacional e internacional quanto às consequências da disseminação da covid-19 entre povos indígenas brasileiros. E a contribuição aos esforços coletivos de enfrentamento da pandemia.

Negligência

Diante da negligência do governo Bolsonaro em garantir proteção dos povos indígenas, médicos e pesquisadores se juntaram à Apib e elaboraram um plano de enfrentamento, lançado no final de junho, com orientações sobre cuidado médico integral e diferenciado, ações judiciais de incidência política e estratégias de comunicação e informação sobre medidas de prevenção.

Participam da produção do evento a diretora Bia Lessa, a liderança Célia Xakriabá, Maria Gadú, a artista plástica Laura Lima, a galerista e ativista do 342 Amazônia Mari Stockler e o designer Pedro Inoue. O roteiro traz textos elaborados a partir de vídeos de discursos de lideranças indígenas brasileiras.

O maracá contará ainda com Adriana Varejão, Angela Kaxuyana, Bruno Gagliasso, Cacique Babau, Dira Paes Alessandra Munduruku, Eduardo Sterblitch, Kerexu Guarani, Xênia França, Francisco Ashaninka, Shirley Krenak, Paulo Tupiniquim, Vik Muniz, Watakakalu Kalapalo, Marcelo Adnet, Puyr Tembé, Ícaro Silva e Telma Taurepang, entre outros.


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