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MTST também estará no ato pela democracia nesta sexta em SP

Para coordenador do movimento, Guilherme Boulos, o momento é de 'um ataque efetivo às liberdades democráticas', que deve ser combatido com o povo na rua

Alex Falcão/Futura Press/Folhapress

Boulos: ‘Nós não podemos vacilar nem um minuto quanto ao que está em curso no Brasil’

São Paulo – O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou hoje (17) que os sem-teto vão participar do ato em defesa da democracia, contra o golpe e por mais direitos, amanhã (18), na Avenida Paulista. Segundo Boulos, o aumento da radicalidade dos golpistas foi o estopim para o movimento, que não tinha intenção de participar desta manifestação. “A conjuntura mudou. O cenário está de uma gravidade muito grande. Estamos vendo nas ruas uma ofensiva muito forte de um setor intolerante da direita”, afirmou.

O militante sem-teto avaliou que já não se trata apenas de um movimento de descontentamento com o governo da presidenta Dilma Rousseff. Nem mesmo pelo impeachment. Mas, sim, “um ataque efetivo às liberdades democráticas”. “O que vem junto com essa ofensiva ataca a todos. Inclusive àqueles que têm uma diferenciação clara em relação ao PT, como nós temos”, afirmou Boulos. Ele garantiu que os sem-teto estarão presentes no ato de amanhã, mas não soube estimar o número de pessoas que devem participar da manifestação.

Boulos não descartou a manutenção do posicionamento crítico ao governo petista, ao ajuste fiscal e também às medidas que visam a retirar direitos dos trabalhadores no Congresso Nacional. Mas para ele, esse é o momento de defender a democracia e os direitos conquistados nas ruas. “Não somos do PT, não defendemos a política desse governo. Mas estão batendo em gente na rua porque tem bicicleta vermelha ou cara de petista”, ressaltou.

Em um ato realizado ontem no Teatro da Universidade Católica (Tuca), em São Paulo, o militante já havia dito que o movimento reagiria contra qualquer tentativa de acabar com as conquistas sociais dos últimos anos. “É por isso que nós não podemos vacilar nem um minuto quanto ao que está em curso no Brasil. E para onde isso leva? Leva à destruição das frágeis conquistas sociais que nós tivemos neste país. (…) Eles podem insuflar. Eles podem usar a mídia. Ele podem fazer o caos nesta madrugada. Mas isso não será um cajado golpista que vai fazer o mar se abrir. Vão encontrar resistência”, afirmou.

Ele também alertou para o risco de judicialização da política brasileira, a partir de ações ilegais com o suposto fim de fazer justiça, como a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela Polícia Federal, e o vazamento de áudios de grampos telefônicos entre Lula e Dilma, determinados pelo juiz Sérgio Moro.

“Figuras de poderes constituídos atuam, sem cerimônia alguma, no sentido de violar princípios básicos da Constituição. A judicialização da política, nós sabemos a que levou, na Itália, com a operação Mãos Limpas que o Sérgio Moro tanto admira. Não levou ao fim da corrupção. Levou a uma corrupção nova, pior e depravada com (ex-premiê italiano) Silvio Berlusconi”, afirmou.

Veja abaixo o vídeo completo do discurso de Guilherme Boulos no Tuca: