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Movimentos sociais preparam ato de solidariedade a Lula dia 17 em SP

Contra o que consideram 'linchamento midiático', movimentos sociais vão marcar presença no dia que o presidente terá de depor ao Ministério Público sobre triplex no Guarujá

Rovena Rosa/Agência Brasil

“É um linchamento. E está tendo resultado”, afirmou o coordenador do MST João Pedro Stédile

São Paulo – O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Pedro Stédile anunciou na tarde de hoje (2) que os movimentos que compõem a Frente Brasil Popular vão realizar um ato de solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mobilização será no próximo dia 17, data que Lula e a esposa, Marisa Letícia Lula da Silva, vão depor ao Ministério Público (MP) paulista sobre a propriedade de um triplex na cidade de Guarujá, litoral paulista. “Somos solidários a ele, que é a maior liderança política deste país”, afirmou Stédile.

Para o coordenador do MST, Lula está sendo vítima de um linchamento midiático, cujo objetivo é inviabilizar sua candidatura na eleição presidencial de 2018. “O verdadeiro objetivo não é prender o Lula. Até porque isso provocaria reações imprevisíveis do povão. Inclusive, se tivesse cometido crime, já estaria preso há muito tempo, tanto que vasculham a vida dele. O objetivo é acabar com a possibilidade de ele se candidatar”, afirmou Stédile.

O MP suspeita que Lula é o proprietário oculto de um apartamento triplex no Condomínio Solaris, pertencente à construtora OAS. O ex-presidente diz que adquiriu uma cota na planta, quando o empreendimento pertencia à Bancoop – Cooperativa Habitacional dos Bancários –, que teve problemas financeiros e repassou empreendimentos à OAS. Em 2015, a família de Lula desistiu de adquirir uma das unidades, solicitando ressarcimento dos valores pagos.

O dirigente do MST citou uma pesquisa divulgada recentemente pelo instituto Ipsos, em que 60% das pessoas entrevistadas disseram não acreditar que Lula seja honesto. “É um linchamento. E está tendo resultado”, afirmou.

Stédile destacou que espera isonomia da imprensa, do Ministério Público e da Justiça em investigar irregularidades de figuras importantes da política nacional. “Todo ex-presidente tem prerrogativas, que alguns consideram privilégios. Mas ninguém questiona a fazenda do (ex-presidente) Fernando Henrique Cardoso (FHC) que nós ocupamos. Ou o apartamento dele em Paris. Que se investiguem a todos”, disse.

Na semana passada, para atacar Lula, FHC emitiu uma nota desmentindo que o apartamento em Paris seja dele. Porém, tanto a fazenda – que foi vendida pela família dele – quanto o apartamento pertencem ao empresário Jovelino Mineiro, amigo do ex-presidente e um dos principais arrecadadores de doações para constituição do Instituto FHC. Inclusive, entre empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.

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