São Paulo – O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe-SP) vai apurar as circunstâncias da morte de 28 pessoas, cujos corpos foram encontrados em uma vala clandestina encontrada no Jardim Akari, na região do Jardim Ângela, zona sul de São Paulo, na tarde de ontem (25). Segundo o relator da Comissão sobre Violência Policial do Condepe, Luiz Carlos dos Santos, há suspeitas de que essas pessoas tenham sido vítimas de grupos de extermínio, que contam com a participação de policiais.

“Pelo modus operandi, tudo leva a crer que seja um grupo de extermínio, pela forma como foram mortos. Infelizmente, é uma região que costuma ter essa situação”, afirmou Santos. Segundo o relator, a existência da vala foi denunciada ao Condepe há alguns dias. Assim como a possibilidade da participação de policiais nos assassinatos. Foram encontrados 28 corpos, mas tudo indica haver mais. Alguns deles ainda têm restos de roupas, o que indica que são assassinatos recentes. Outros são somente ossadas.

O caso vai ser investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. O Condepe vai acompanhar a apuração. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o inquérito ainda está sendo iniciado e que não poderia dar informações.

“Vamos levantar os dados de boletins de ocorrência. Também vamos contatar famílias de pessoas desaparecidas na região para obter informações sobre vestimentas, características, última notícia sobre o familiar, se tinha passagem pela polícia. Às vezes, a última informação sobre uma pessoa é ter sido abordada pela polícia”, contou o relator do Condepe.

Segundo Santos, o caso é semelhante ao encontrado em Embu das Artes, em junho do ano passado: quatro corpos foram encontrados, mas havia sinais de que outros foram retirados do local. Na próxima semana, o Condepe vai realizar novas diligências no Jardim Akari.