‘MPL não pode definir rota na hora. Hoje será igual’, diz secretário da Segurança

O titular da pasta, Alexandre Moraes, e secretário de Governo da prefeitura, Chico Macena, afirmaram que o pedido de liminar obrigando movimento a divulgar o trajeto não será feito por enquanto

Nathalia Manzaro/ Secretaria de Segurança Pública de SP

Integrantes do MPL não compareceram a reunião com secretário da Segurança Pública

São Paulo – O secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, reiterou hoje (14) que não abrirá possibilidade de os membros do Movimento Passe Livre (MPL) definirem a rota que seguirão depois do início das duas manifestações marcadas para esta quinta-feira. A concentração dos atos está prevista para as 17h, no Largo da Batata, na zona oeste da capital paulista, e diante do Teatro Municipal, na região central.

“Eles (integrantes do MPL) não podem definir rota nova na hora. Hoje será da mesma forma. Eles tiveram oportunidade de comunicação, como exige a Constituição”, disse durante uma reunião entre a secretaria, a prefeitura de São Paulo e o Ministério Público (MP). Os integrantes do movimento não compareceram ao encontro, que ocorreu na manhã de hoje, na sede do MP, no centro da cidade.

“Houve essa oportunidade e de diálogo e, como não compareceram e não comunicaram a rota, terão que seguir a que foi definida pela Secretaria da Segurança, que sempre segue o que outras manifestações já fizeram”, disse o secretário. “Vamos evitar ao máximo a dispersão. Basta que os manifestantes se manifestem como a Constituição garante.”

Tanto o secretário de Governo da prefeitura de São Paulo, Chico Macena, como Moraes afirmaram que o pedido de liminar para que o movimento seja obrigado a divulgar o trajeto não ocorrerá por enquanto, como divulgou ontem (13) o jornal O Estado de S. Paulo. Haverá nova reunião do poder público com os membros do Passe Livre na próxima segunda-feira (18).

“A prefeitura se posiciona desde o início pelo diálogo e que as manifestações ocorram de forma pacífica, sem que haja qualquer tipo de violência. O que nós aqui solicitamos foi que o MP fizesse a mediação com o movimento para que possamos ter o mínimo de previsibilidade dessa manifestação para não prejudica conjunto da população. É impossível fazer desvio em linha de ônibus, desvios do tráfego e organizar minimamente a cidade para garantir que as pessoas que não estão na manifestação possam se locomover na cidade”, disse Macena.

O último ato do MPL, na terça-feira (12), foi reprimido com violência pela Polícia Miliar, que lançou uma bomba de efeito moral da cada sete segundos contra os manifestantes, como contabilizou O Estado de S. Paulo com base em um vídeo divulgado no Facebook pelo coletivo Território Livre. Durante pelo menos cerca de 30 minutos, a PM encurralou os manifestantes e iniciou um bombardeio na Avenida Paulista. A PM perseguiu os manifestantes pelas ruas do entorno, que também estavam cercadas. Os ativistas alcançados eram agredidos com golpes de cassetete.

A organização Conectas Direitos Humanos calcula que pelo menos 28 pessoas ficaram feridas. Uma gestante fraturou a costela e um estudante teve uma fratura exposta após ser atingido por um estilhaço de bomba. Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), nove jornalistas foram agredidos pela polícia.

“Já determinei à Corregedoria da PM a análise de todas as imagens. Desde que assumi a secretaria, há cerca de um ano, nós passamos a gravar todas as manifestações para verificar casos de violência policial e abusos. Se abusos existiram, todos podem ficar tranquilos que a Secretaria da Segurança Pública não compactua com nenhum abuso. Se houve será apurado e os policiais responsáveis serão punidos”, disse Moraes.

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