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Casamentos ocorrem mais tarde; cresce número de uniões homoafetivas

Levantamento do IBGE destaca ainda menos casamentos entre grupos mais jovens, redução do período da união e aumento do total de divórcios. Separações com guarda compartilhada aumentaram

Universidade Federal do Maranhão (Ufma) / divulgação

Casamento comunitário no Maranhão. Aos poucos, brasileiros mudam perfil em relação à formação familiar

São Paulo – O Brasil registrou 1.106.440 casamentos no ano passado, crescimento de 5,1% ante 2013, segundo o IBGE, que aponta menor incidência entre faixas etárias mais jovens e aumento das uniões homoafetivas, que somaram 4.854 (0,4% do total). Pouco mais da metade (2.440, ou 50,3%) foram entre mulheres. Segundo o instituto, nas últimas quatro décadas existe uma clara tendência de redução dos casamentos nas faixas de 15 a 19 e de 20 a 24 anos, “evidenciando a postergação dessas uniões para idades mais avançadas”.

Assim, nesse período (1974-2014) aumentou a idade média de quem se casa: de 27 para 30 anos entre os homens e de 23 para 27 anos no caso dos mulheres. Entre cônjuges do mesmo sexo, a idade média, para homens e mulheres de 34 anos. Cresceu o número de divórcio e diminuiu o período do casamento.

Os dados do IBGE mostram que a taxa de nupcialidade (casamentos por mil habitantes de 15 anos ou mais) começaram a declinar a partir dos anos 1980, quando ficou em torno de 11%, ante 13% na década anterior. Esse declínio foi mais acentuado nos anos 1990, passando para 7,96% e chegando a 7% no período seguinte. De 2013 para 2014, houve ligeira alta, de 6,9% para 7,1%, sendo maiores no Centro-Oeste (8,04%) e no Sudeste (8%), chegando a 10,88% em Rondônia, 8,73% no Espírito Santos, 8,67% em Goiás, 8,57% em São Paulo e 8,3% em Goiás. As menores foram registradas no Maranhão (5,08%), no Rio Grande do Sul (4,63%) e no Amapá (4,26%).

Já no período de 1984/2014, diminuiu a duração dos casamentos de 19 para 15 anos, em média. O número de divórcios mais que triplicou. Apenas em 2014, foram 341.181, crescimento de 161,4% em comparação à década anterior e de 5% em relação ao ano anterior. A taxa geral de divórcio no ano passado foi de 2,41% (2,41 por mil habitantes de 20 anos ou mais), ante 2,33% em 2013 e 2,49% em 2012, maior índice dessa série histórica, iniciada em 1984, quando a taxa foi de 0,44%.

Nessas três décadas, a idade média do homem ao se divorciar passou de 44 para 43 anos. A da mulher se manteve em 40 anos.

As mulheres continuam predominando na responsabilidade pela guarda dos filhos menores de idade a partir do divórcio, passando de 78,9%, em 1989, para 85,1% em 2014. Mas essa participação foi maior nas décadas anterior: 89,7% em 2004 e 88% em 1994. E aumentou o número de casos de guarda compartilhada, de 3,5% para 7,5%.

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