moradia

Contra ‘descaso e falta de diálogo’, rurais ocupam Ministério das Cidades

Para militantes, crise econômica e os ajustes fiscais não podem justificar abandono de obras do programa em andamento no campo

Elza Fiúza/Agência Brasil

Cerca de 1.500 trabalhadores rurais ocupam o Ministério das Cidades desde a manhã de hoje (20)

São Paulo – Cerca de 1.500 trabalhadores rurais ocuparam na manhã de hoje (20) o Ministério das Cidades para reivindicar a imediata liberação de recursos para pagamento dos 20 mil projetos de habitações rurais já contratados pelo programa Minha Casa, Minha Vida Rural-2 e também a imediata contratação de 45 mil unidades habitacionais pelo Minha Casa, Minha Vida Rural-3. “Temos muitas obras paradas e vários acordos quebrados. O problema é que só tem havido diálogo quando ocupamos o ministério”, afirmou o secretário-geral da Federação da Agricultura Familiar do Estado de São Paulo (FAF), Elvio Motta.

Os manifestantes conseguiram uma audiência com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Ricardo Berzoini, e das Cidades, Gilberto Kassab, no Palácio do Planalto, sede do governo federal. Mas exigem também a participação do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e de representantes das instituições financiadoras do programa: a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. Eles pretendem manter o ministério ocupado até o final da reunião.

Segundo o militante, fornecedores de materiais, pedreiros e técnicos contratados ainda não foram pagos e milhares de famílias de agricultores estão sendo obrigados a adiar mais uma vez a conquista da casa própria. “Sabemos que as contratações da terceira versão do programa só vão se dar em 2016. Mas queremos que o ministro Kassab se comprometa a cumprir com as moradias que estão em obras e contratar, pelo menos, 45 unidades esse ano, como um processo de transição entre o Minha Casa, Minha Vida Rural 2 e 3”, explicou Mota.

A mobilização é coordenada por cinco movimentos sociais de trabalhadores rurais: a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf) e o Movimento Camponês Popular (MCP).

“Os movimentos sociais estão unidos nessa luta pela habitação dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, prejudicados historicamente pela falta de estruturas básicas no campo brasileiro. A crise econômica e os ajustes fiscais não podem prejudicar ainda mais essa parcela dos cidadãos e cidadãs que há anos esperam a oportunidade de uma vida digna”, afirmou o secretário de Política Agrícola da Contag, David Wylkerson.

Leia também

Últimas notícias