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Premiação do Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos será hoje

Segundo a curadora, Ana Luisa Zaniboni, evento marca luta em defesa da democracia e direitos humanos

RBA

Mauro Santayana, colaborador da Revista do Brasil, será um dos grandes homenageados da noite

São Paulo – A cerimônia de entrega do 37º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos será realizada hoje (20), no Teatro da Pontifícia Universidade Católica (Tuca), em São Paulo. O evento será aberto ao público às 20h, e contará com cerimônia especial para lembrar os 40 anos da morte do jornalista Vladimir Herzog. Vlado foi assassinado por agentes da ditadura militar em 25 de outubro de 1975, na sede do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi).

Esta edição teve o maior número de inscritos dos últimos dez anos, com temas que valorizam a democracia, a cidadania e os direitos humanos. Foram 612 trabalhos, que competiram em oito categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Documentários de TV, Reportagem de TV, Rádio, Jornal, Revista e Internet.

Os grandes homenageados da noite serão os jornalistas Mino Carta, Mauro Santayana, Daniel Herz (in memoriam) e Eduardo Galeano (in memoriam), por suas contribuições ao jornalismo brasileiro e da América Latina. Desde 2009, a Comissão Organizadora do Prêmio Vladimir Herzog indica personalidades para serem agraciadas com o Prêmio Especial por relevantes serviços prestados às causas da democracia, paz, justiça e contra a guerra.

Mauro Santayana, 83 anos, é colaborador da Revista do Brasil desde as primeiras edições, em 2006. O jornalista autodidata já trabalhou nos principais veículos do país, foi colaborador muito próximo de Tancredo Neves, tendo participado, das articulações que levaram à sua eleição pelo Colégio Eleitoral em 15 de janeiro de 1985 – a última eleição indireta para presidente após o golpe de 1964 e a primeira de um civil. Lutando com problemas de saúde, Santayana ainda continua observando a conjuntura nacional e internacional com a lucidez de poucos e ainda produz artigos para seu blog, para a página do Jornal do Brasil e para a RBA.

Em entrevista à Rádio Brasil Atual, a curadora do evento, Ana Luisa Zaniboni, diz que a premiação tem uma simbologia importante. “É a luta em defesa da democracia e direitos humanos, na qual jornalistas reconhecem jornalistas. No fundo, é um grito que diz que a imprensa é importante para a democracia.”

Segundo ela, o grupo de jurados é formado por indicações feitas por quatro entidades que compõem a organização do evento: Sindicato dos Jornalistas, Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, Instituto Vladimir Herzog e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Entre os jurados, estão as professoras Nélia Del Bianco e Valci Zuculoto, na categoria Rádio, e Guilherme Alpendre, na categoria Televisão. “São nomes de peso, além de pessoas que sabem entender a comunicação e o jornalismo como instrumento de cidadania.”

O evento também contará com a premiação de jovens jornalistas na sétima edição do prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão. Criado pelo Instituto Vladimir Herzog para estimular o processo jornalístico entre futuros profissionais, contou com a inscrição de mais de 200 estudantes de 17 estados do Brasil. Os trabalhos abordaram o tema “Desafios da Liberdade de Expressão no Cenário dos Direitos Humanos: Retratos no Brasil de Hoje”.

Segundo Ana Luisa, os júris escolhem quais as melhores pautas propostas para serem desenvolvidas. “O prêmio ajuda a produção das pautas vencedoras, com o auxílio de um orientador do Instituto Vladimir Herzog. O prêmio é conduzido pelo instituto, e ele tem um valor educacional, que além de sugerirmos que o mentor acompanhe, que façam a estrutura da pauta. O vencedor da melhor matéria produzida ganhará uma viagem para estudos em Berlim.”

No domingo (25), dia que marca os 40 anos do assassinato do Vladimir Herzog, cerca de 100 grupos corais estarão reunidos em volta da catedral da Sé para cantar uma música em homenagem ao jornalista. Em seguida, um ato inter-religioso ocorrerá dentro da catedral.

O Tuca fica na rua Monte Alegre, 1.024, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.

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