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MST obtém promessa de Alckmin de liberar áreas para assentar 500 famílias

No Palácio dos Bandeirantes, sem terra reiteram diálogo como principal forma de avançar nas questões sociais e cobram do governo do estado investimentos na agricultura familiar

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Após queda nos últimos anos, número de ocupações, em São Paulo, pode voltar a subir

São Paulo – O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) esteve reunido ontem (28) no Palácio dos Bandeirantes com representantes do governo Alckmin. Reportagem de Camila Salmazio para a Rádio Brasil Atual mostra que temas como financiamento para cooperativas de agricultura familiar e a cultura de agroflorestas nos assentamentos foram discutidos. Participaram do encontro membros da Casa Civil, do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e das secretarias de Agricultura, Meio Ambiente e Justiça.

Gilmar Mauro, coordenador nacional do MST, disse que o movimento saiu do encontro com a promessa de que pelo menos cinco áreas no estado de São Paulo devem ser liberadas para assentar cerca de 500 famílias, até o início de 2016.

Gilmar também apresentou ao governo Alckmin a proposta de produzir peixes nas unidades do MST. A ideia foi bem recebida, segundo o coordenador.

Outro ponto abordado na reunião foi a contribuição do estado na 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que será realizada de 22 a 25 de outubro, no parque da Água Branca, zona leste da capital.

Questionado sobre o teor político dessa aproximação, Gilmar Mauro enfatiza que são apenas diálogos. “Nós sempre estivemos abertos ao diálogo, e acreditamos no diálogo como forma de resolver os problemas, inclusive neste momento de crise. Sou dirigente de um movimento social e, portanto, como dirigente, preciso responder objetivamente às necessidades da minha base. Às vezes, nossas necessidades são muito elementares. Falta lona nos acampamentos. Falta comida. Tem que discutir isso, como tem que discutir projetos de agroecologia e projetos políticos para o Brasil”, declara.

Conforme dados do Instituto de Terras do Itesp, o número de ocupações, que chegava a 70 por ano, caiu para 35 em São Paulo. Para Gilmar, essa diminuição é fruto de uma situação de pleno emprego vivida nas últimas décadas. Mas, diante da crise econômica que o país enfrenta, o coordenador do MST sugere que a luta pela terra deva se intensificar.

“O que o sem terra da periferia das grandes cidades de São Paulo foi fazer? Virou operário da construção civil, fundamentalmente. Isso arrefeceu a luta pela terra e pela reforma agrária”, afirma Gilmar.

Nos últimos anos, Alckmin tem se aproximado do MST. Em abril do ano passado, o movimento foi recebido pelos 27 secretários do governo tucano. Em 2015, o estado deverá investir R$ 7 milhões na implantação de poços artesianos e fossas sépticas, em 136 assentamentos.

Ouça a entrevista da Rádio Brasil Atual:

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