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Gestão Haddad vai conectar entidades assistenciais com doadores de bens e serviços

Ideia é facilitar a comunicação entre pessoas que queiram repassar equipamentos ou móveis, por exemplo, ou que gostariam de doar mão de obra, com instituições parceiras da prefeitura

Smads/SP

Luciana Temer (de verde) acredita que novo site vai facilitar a relação entre as entidades e a população

São Paulo – A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da capital paulista, Luciana Temer, anunciou hoje (14) a criação de um website para conectar entidades assistenciais que mantêm parcerias com a prefeitura de São Paulo com a população e profissionais que queiram doar serviços ou bens materiais. “A pessoa vai entrar e escolher doar para entidades que atendam a crianças. O site vai mostrar todas que atendem a crianças e o que elas precisam. E vai ser possível doar serviços, por exemplo, aulas de inglês”, explicou Luciana, em entrevista ao programa Gabinete Aberto, que recebe os gestores municipais.

Os bens ou serviços serão utilizados no atendimento das cerca de 73 mil crianças que frequentam os Centros da Criança e do Adolescente (CCA), ou dos 13 mil idosos recebidos diariamente nos Centros de Convivência do Idoso, por exemplo. Desses, metade é de pessoas em situação de alta vulnerabilidade social, atendidas pelo programa Bolsa Família.

Segundo a secretária, 98% desses equipamentos são mantidos por entidades assistenciais privadas sem fins lucrativos, que têm convênio com a prefeitura. “Embora algumas tenham parcerias com grandes empresas, boa parte delas é de pequenas organizações, com poucos recursos, mas que desempenham um trabalho muito importante”, afirmou.

A secretária também anunciou que, logo após o período de atendimento especial do inverno – Plano de Contingência para Baixas Temperaturas –, que termina no final de outubro, será aberto um novo espaço de atendimento assistencial específico para travestis e transexuais, com 30 vagas.

A gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) abriu as primeiras vagas específicas para população LGBT – sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e outras identidades sexuais e de gênero – no Centro de Acolhida Zaki Narchi. O centro abriga até 900 pessoas e tem quartos específicos para essa parcela da população.

“A assistência vem olhando para a diversidade. Quase não se tinha acolhimento de famílias, eram só dez vagas. Hoje são 540 vagas. Temos consciência de que é preciso cuidar das famílias de forma integral. Cuidar dos pais, inserir as crianças em creche ou escola, capacitar os pais. Temos um novo acolhimento, que atende a famílias, imigrantes, mulheres, LGBT”, afirmou Luciana.

Dentro dessa proposta de olhar a diversidade, a secretária defendeu a aposta da gestão no Programa De Braços Abertos, que atende a dependentes químicos na região da Luz, no centro da cidade, conhecida como “Cracolândia”. “Hoje o mundo sabe que o combate repressivo as drogas está falido. O que a gestão buscou é uma nova forma de enfrentamento”, afirmou.

Segundo Luciana, a proposta de oferta de moradia, três refeições diárias e R$ 15 por dia de trabalho nas frentes organizadas pela prefeitura para realizar serviços gerais na região, teve impacto significativo. “Pessoas que iniciaram o programa um ano e meio atrás arrumaram trabalho, deixaram o programa e passaram a outro atendimento da assistência. Tivemos 49 retornos familiares, 16 empregados com carteira assinada, dos quais mantiveram-se dez. Mesmo quem não foi até esse ponto, hoje está melhor de saúde, fazendo progresso.”

A secretária também disse que região de consumo intenso de drogas, conhecida como fluxo, tinha cerca de 1.500 frequentadores diários e hoje tem entre 300 e 400. E os índices de violência e criminalidade na região também foram reduzidos. “Se pegar os dados da Luz vai ver que reduziu muito a criminalidade local. Porque tem o poder público, claro, mas tem também oferta de dignidade, de convívio”, avaliou.

“O mundo está se abrindo para uma discussão diferenciada em relação a drogadição”, afirmou Luciana, defendendo que programas de redução de danos, nos quais não se elimina necessariamente o uso, mas se oferece atendimento de saúde e condições seguras para o consumo de drogas, estão sendo discutidos no mundo todo.

“O De Braços Abertos foi um marco importantíssimo para o Brasil, inclusive para o governo federal. O Crack É Possível Vencer (programa federal) financia 28 municípios que têm políticas de drogadição baseadas no De Braços Abertos. Especialistas da Organização dos Estados Americanos (OEA) também vieram conhecer a proposta. Em Amsterdã (capital da Holanda) também houve resistência social, diziam que estavam dando dinheiro para traficantes. Vinte anos depois se percebe os benefícios da redução de danos quanto à criminalidade e as consequências do uso de drogas”, concluiu.

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