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Chico Buarque apoia nome de Sócrates Brasileiro para campo do MST

Após partida que terminou em 7 a 7, entre time de Chico e do MST, compositor elogia trabalho da Escola Florestan Fernandes, centro de formação do movimento, e diz que nome do craque tem tudo a ver

mst.org.br / reprodução

João Pedro Stédile entrevista Chico Buarque, antes do ‘clássico’ entre o MST e o Politeama, que empatou em 7 a 7

Portal MST – Um jogo de futebol disputado ontem (14), no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro, reuniu um time formado por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para enfrentar o Politeama, equipe do compositor Chico Buarque. Segundo o portal do MST, o jogo pode ser considerado “um clássico” e terminou 7 a 7, depois de uma hora de partida.

Além do próprio Chico, os músicos Carlinhos Vergueiro e Chico Batera estiveram em campo, este último emprestado ao time do MST. As duas equipes já haviam disputado um amistoso no fim dos anos 1990, com vitória do Politeama (o placar não foi divulgado).

Os sem-terra ouviram de Chico Buarque, em gravação feita pela equipe da Telesur, declaração de apoio à luta dos petroleiros em defesa da Petrobras e elogios ao trabalho da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), centro de formação do MST em Guararema (SP).

Um dos coordenadores do movimento, o economista João Pedro Stédile contou a Chico que o campo de futebol da ENFF receberá o nome Sócrates Brasileiro – que fez história no Corinthians e na seleção brasileira e ficou conhecido pelo seu engajamento na luta pela democracia, inclusive liderando a Democracia Corintiana, que nos anos 1980 teve seus jogadores com ativa participação das decisões do clube. “Um grande amigo, que todo mundo sabe a bola que batia”, diz Chico. “E perfeita escolha porque tem tudo a ver. Um grande companheiro de peladas, bate-papo, cerveja e tudo o mais”, recorda o compositor, que disse ficar “orgulhoso de ter participado da origem” da ENFF.

A ENFF foi fruto da Coleção Terra, uma coletânea de músicas de Chico Buarque, com fotos de Sebastião Salgado e texto de José Saramago, que doaram todos os direitos autorais ao movimento para que a escola fosse construída.

Chico afirmou que “se ele estivesse aqui, estaria apoiando a escola e o MST”, já que participou de todas as lutas pela democracia. “Foi sempre muito firme na defesa de sua classe. É um amigo que faz muita falta e é muito bom que vocês lembrem dele com o campinho de futebol”, afirmou.

O portal do MST explica que, na ENFF, os espaços são homenageados com nomes de lutadores da classe trabalhadora. Assim é o refeitório, chamado de Josué de Castro, ou a Plenária Rosa Luxemburgo e ainda os auditórios Patativa do Assaré e Pagu.

Correção

Chico usou de ironia e humor para “corrigir” a biografia de Sócrates, que fez sua última partida como profissional em 1989, jogando pelo Botafogo de Ribeirão Preto, time que o lançou. “Não é verdade, ele veio aqui e jogou conosco pelo Politeama e foi campeão nos anos 90”, brincou o compositor.

Ainda sem data específica, a próxima partida entre os sem-terra e o Politeama já está marcada. Será na ENFF, na inauguração do Campo Sócrates Brasileiro.

Assista ao vídeo produzido pela Telesur

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