conflito

Cardozo afirma que não vai aceitar incitações de violência contra indígenas no MS

Ministro da Justiça firma posição do governo e diz a fazendeira que 'sem pacificação, não há conversa' e prometeu investigação da PF das ocorrências violentas na região

arquivo/EBC

Cardozo prometeu investigar e punir os casos de incitação à violência entre fazendeiros e índios, no MS

São Paulo – Em reunião tensa com produtores rurais em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ontem (2) para tratar das disputas de terras entre índios e fazendeiros que se intensificaram na semana passada, no município de Antônio João, culminando com a morte do indígena guarani-kaiowá Semião Vilhalva, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que não vai tolerar qualquer incitação à violência por parte dos fazendeiros.

Interpelado por uma ruralista, que disse “não tenho medo de você”, o ministro da Justiça respondeu que a Polícia Federal está orientada a investigar os casos de incitação e disparou: “Ou pacificamos ou não há conversa. A lei será cumprida”.

“Não aceito qualquer ameaça de indígenas ou de produtores. (…) Se querem manter a paz, mantenhamos. A proposta está feita. Sem qualquer tipo de ameaça a quem quer que seja”, reafirmou o ministro Cardozo.

O secretário-executivo do Conselho Indigenista Missionário, Cleber Buzatto, afirmou que, na semana que antecedeu o ataque ao território em disputa, os proprietários rurais incitaram a população local a agir violentamente contra os índios, e retomar à força as fazendas reocupadas pelos guarani-kaiowá, em áreas já demarcadas como reserva indígena.

Uma professora guarani-kaiowá, em entrevista à Rádio Brasil Atual, afirmou que Rozeli Maria Ruiz, proprietária de uma das fazendas e presidenta do Sindicato Rural de Antônio João, teria feito ameaças, dias antes: “Se os indígenas querem ocupar a minha terra, vou matar um deles primeiro”, essas foram as palavras da proprietária, segundo a professora.

 


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