Vozes da rua

Observatório de moradores de rua será lançado sábado em São Paulo

Principal objeto da plataforma serão os frequentadores da região conhecida como cracolândia, no centro da capital

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Segundo o DAR, vários entes públicos atuam na região, mas sem resultado satisfatório

São Paulo – O Observatório de Drogas e Direitos Humanos Vozes da Rua, plataforma que vai reunir dados sobre pessoas que vivem em situação de rua na cidade de São Paulo, será lançado no próximo sábado (22). Em entrevista hoje (19) à repórter Camila Salmazio, da Rádio Brasil Atual, Marcos Magri, integrante do coletivo Desentorpecendo a Razão (DAR) – entidade idealizadora do observatório –, afirma que a troca de experiências será a principal ferramenta para o debate. “O ambiente criado é crítico ao que está acontecendo, é um lugar que podemos falar abertamente sobre as nossas experiências, como trabalhadores, usuários do sistema, pesquisadores, no qual possamos falar de políticas públicas sem censura, sem medo de perseguição.”

A ‘cracolândia’, na região central, será um dos principais objetos do observatório. Segundo Magri, vários entes públicos atuam naquela região, mas as políticas ainda não apresentam resultado satisfatório. “Depois de muitas ações destinadas para aquela população, as condições são precárias para trabalhadores e usuários do ambiente. Ainda não há uma Unidade Básica de Saúde na região nem outros serviços de saúde específicos para aquela população, nem centros de acolhida.”

O olhar do usuário de crack ao ser revistado e constrangido pela polícia diariamente, o sufoco de um trabalhador que enfrenta condições precárias na rede pública de saúde, a visão de uma moradora de rua que vive carregando seus filhos são exemplos que vão ganhar a atenção de mais de 20 entidades que integram o Vozes da Rua.

“O observatório tem como objetivo dar um pouco de luz às outras violações que não têm tanta visibilidade por causa da falta de políticas sociais. A expectativa é que seja uma iniciativa que dê um pouco de fôlego para se pensar criticamente as ações feitas para as populações vulneráveis”, diz Magri.

O lançamento será às 15h, na Praça Júlio Prestes, e contará com uma mesa de debates com Taniele Rui, autora do livro Nas Tramas do Crack, a socióloga Vera Teles, o antropólogo Rubens Adorno e Raul Ferreira, da Defensoria Pública de São Paulo.

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