moradia

Famílias correm contra o tempo para impedir despejos na zona sul de São Paulo

Com a iminência do cumprimento de reintegrações de posse, famílias realizam manifestações e tentam acordos para suspender ações e incluir famílias em programas habitacionais

Nós da Sul

Movimentos veem realizando uma série de manifestações nas últimas semanas, tentando evitar os despejos

São Paulo – Moradores de três ocupações do extremo sul de São Paulo protestaram na manhã de hoje (13) contra as reintegrações de posse que devem ocorrer na região até o final deste mês. A primeira delas pode ser realizada amanhã (14), na ocupação Plínio de Arruda Sampaio, no Jardim Almeida Prado. Cerca de 300 famílias vivem no terreno e uma centena delas não tem para onde ir, segundo o coordenador do movimento Nós da Sul, Bruno Magalhães.

“Não temos intenção de resistir à reintegração. Mas precisamos de tempo para estas famílias se organizarem e conseguirem um lugar para ficar”, explicou o coordenador. Na semana passado, o Nós da Sul ocupou a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), mas como a área é privada o município não pode intervir.

A área onde está a ocupação Jardim da União pertence à Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab), do governo estadual. E o terreno da ocupação Novo Recanto pertence a prefeitura de São Paulo. Neste último não há pedido de reintegração de posse, mas um interdito proibitório que impede a entrada de mais famílias no local.

Os manifestantes pararam a Avenida Senador Teotônio Vilela, na altura do Largo do Rio Bonito, ainda de madrugada. Depois seguiram para a subprefeitura da Capela do Socorro, na esperança de que o poder público municipal pudesse intervir nos despejos. Segundo Magalhães, a subprefeitura contatou o 27º Batalhão da Polícia Militar, que atua na região, mas não houve acordo para suspender a reintegração de amanhã.

“Tememos que as famílias tenham seus pertences levados para muito longe e fique inviável a recuperação dos poucos bens. Ainda vamos tentar dialogar com o juiz do caso nesta tarde e tentar a suspensão do processo por uns dias”, explicou Magalhães.

No Jardim da União, os moradores conseguiram uma nova reunião de negociação com a CDHU, para dia 22. Pelo menos até lá a reintegração está suspensa. “Queremos que a prefeitura e o governo estadual avaliem a destinação destas áreas para moradia popular. E a inclusão destas famílias no programa Minha Casa Minha Vida para pessoas de baixa renda”, afirmou o coordenador.

Na ocupação Jardim da União moram 600 famílias e estão instalados diversos equipamentos pelos próprios ocupantes, como creche, espaço cultural e horta comunitária. A Novo Recanto tem cerca de cem famílias.

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