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Alckmin vai conceder linha 5-Lilás do Metrô à iniciativa privada

Rede em construção desde 1998, envolvida em denúncias de corrupção não investigadas, é mais uma das que o governador pode repassar a empresários depois de o estado injetar dinheiro público sem concluir

Ciete Silverio/governo SP

Para o governador, medida vai melhorar o desempenho logístico e garantir empregos na Linha 5-Lilás

São Paulo – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou na tarde de hoje (21) que vai conceder à iniciativa privada a operação da linha 5-Lilás do Metrô, que ligará o Capão Redondo (zona sul) à Chácara Klabin (zona sudeste) quando estiver concluída. “O setor privado vai operar toda a linha 5-Lilás, inclusive o trecho que já está concluído e em funcionamento. Quem vencer, vai operar de Capão Redondo até Chácara Klabin”, disse Alckmin em entrevista coletiva.

Atualmente, a linha 5-Lilás opera com sete estações em 9,6 quilômetros de trilhos. O primeiro trecho, entre Capão Redondo e Largo Treze, foi entregue em 20 de outubro de 2002. A estação Adolfo Pinheiro, última a entrar em operação no trecho em funcionamento, só foi entregue no ano passado. O governador ainda deixou aberta a possibilidade de concessão das linhas de monotrilho 17-Ouro (Jabaquara-Morumbi) e 15-Prata (Cidade Tiradentes-Ipiranga).

A proposta, no entanto, ainda não tem data para ser efetivada, nem um sistema de contrapartida definido pela exploração do serviço. “Vamos verificar qual a melhor modelagem disso. Nós podemos fazer a concessão por mais investimento, em que ganha quem oferecer mais investimento, ou onerosa, em que ganha quem paga mais para o governo”, afirmou Alckmin.

Em construção desde 1998 – quando era a Linha G da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) –, a Linha 5-Lilás já teve sua data de conclusão alterada muitas vezes desde 2006, primeiro ano previsto. Atualmente, o governo de São Paulo promete a conclusão das dez estações restantes para 2018. As outras duas linhas citadas também estão em obras e também já tiveram suas previsões de entrega revistas.

As obras da Linha 5-Lilás ficaram paradas entre 2002 e 2009. A expansão iniciada em 2009, ao custo de R$ 6,9 bilhões, foi novamente paralisada em 2010, por suspeita de fraude e formação de cartel entre as empresas, com a participação de funcionários da gestão Alckmin. O objetivo era garantir que todas as empresas tivessem uma parte na obra. O esquema de corrupção pode ter causado um rombo de R$ 350 milhões e o processo ainda está em andamento na Justiça.

Ainda estão em obras outros 11,5 quilômetros da linha 5-Lilás, com mais dez estações. Atualmente, a expansão está orçada em R$ 9,1 bilhões. A linha terá interligação com a linha 1-Azul (na estação Santa Cruz) e terminará na estação Chácara Klabin, ligando-se com a linha 2-Verde. A concessão será somente da operação. A construção em andamento seguirá sob responsabilidade do Metrô.

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