desmilitarização da pm

Após tiroteio ao vivo, ativistas enfatizam luta pelo fim dos autos de resistência

Sociólogo diz que imagens exibidas pela Band e Record nesta semana são uma amostra do que acontece milhares de vezes longe das câmeras

Reprodução/Rede Record

Givanildo: “Quando ele atira, fica claro que uma das pessoas está com as mãos para cima, em posição de rendição”

São Paulo – Cenas exibidas ao vivo pela TV Record e TV Band na terça-feira (23) que mostram um policial executando dois suspeitos em fuga em uma moto aumentam a defesa dos movimentos sociais pelo fim da auto de resistência e a desmilitarização da polícia. As imagens mostram que o policial militar atira em dois homens caídos na calçada, e logo após a ação, dispara contra o chão.

Para o ativista do Movimento Pela Desmilitarização da Polícia Militar Givanildo da Silva, o tiro na calçada foi uma tentativa de criar o auto de resistência, também conhecido como resistência seguida de morte, que é quando os policias justificam a morte do suspeito por troca de tiros.

“Quando ele atira, fica claro que uma das pessoas está com as mãos para cima, em posição de rendição. O auto de resistência configura quando há troca de tiros, que é algo que vem desde a ditadura militar que tentamos superar.”

Silva afirma que as imagens aéreas comprovam a violência da polícia. “O que nos horrorizou mais na cena foi que mostrou como é feito o processo. Felizmente, as câmeras estavam ligadas, para se poder ver a ação do policial que acontece em milhares de casos, quando não tem câmeras.”

Segundo Silva, a desmilitarização é necessária, pois o Brasil é um dos únicos países a adotarem esse sistema. “A Polícia Militar daqui é uma das únicas no mundo. Há experiências no mundo, como na Inglaterra, em que os policiais, além de não serem militarizados, são desarmados”, diz, acrescentando: “Não é possível que insistimos numa polícia de segurança pública que traga encarceramento e morte para a população brasileira”.

O PM envolvido no caso foi preso administrativamente. O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Morais, disse que é preciso ouvir a justificativa do policial, mas que, através da imagens, o PM cometeu uma série de irregularidades.

Veja a reportagem:

Leia também

Últimas notícias