São Paulo – Em entrevista à repórter Thelma Torrecilha, da Rádio Brasil Atual, o secretário adjunto de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sottili, fala da ação da prefeitura de São Paulo na região conhecida por cracolândia, na semana passada, em que foram retiradas barracas, que segundo Sottili foram erguidas por traficantes para evitar o o monitoramento por imagens instalado na região. O local passou a ser conhecido como “fluxo” ou “favelinha” e abriga várias pessoas em situação de rua e dependentes químicos. O áudio completo está reproduzido abaixo.

O secretário afirma que, em sua primeira fase, o programa De Braços Abertos conseguiu reduzir significativamente o número de dependentes no local. Recentemente, porém, com a formação da “favelinha”, havia voltado a crescer. “O programa estava começando a ter alguns problemas graves e preocupantes”, ressaltou Sottili.

O secretário reclama da falta de articulação com o governo estadual e que a presença da PM no local – para combater o tráfico – foi reduzida, ao passo que a de traficantes aumentou “de forma muito mais agressiva do que se via antes”.

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“Esse cenário fragilizava a atuação da prefeitura com relação ao programa e precisávamos tomar medidas em relação a isso. A prefeitura não poderia permitir a ocupação do espaço público, na forma como estava se dando”, justifica o secretário.

Sottili afirma que a ação que culminou com a retirada das barracas na região da Cracolândia também se deu por conta da reforma planejada para a Praça Júlio Prestes e que a remoção foi feita de maneira negociada com os beneficiários do programa e os demais usuários. “O objetivo da ação era tirar as pessoas de lá, desmontar as barracas e inserir (voluntariamente) no programa De Braços Abertos.”

Ao fazer um breve balanço do programa, Sottili destaca que o De Braços Abertos atende atualmente cerca de 530 cidadãos e já registra casos de usuários e ex-usuários que retornaram para suas casas, e de outros que conseguiram trabalho com carteira assinada.

O secretário afirma ainda que o trabalho é de longo prazo e que o programa deve ser melhorado e aperfeiçoado permanentemente. “Não vamos resolver a situação do consumo de crack, que existe há mais de 20 anos naquela região ou em qualquer região, se não for um trabalho persistente, contínuo, de muitos e muitos anos. O que a prefeitura está oferecendo é uma política pública adequada pra que as pessoas possam sair da situação em que se encontravam e possam refazer a sua vida, com dignidade.”

Ouça a entrevista completa na Rádio Brasil Atual: