Em todo o país

Sindicatos e movimentos sociais protestam contra terceirização e pauta conservadora

Manifestações estão programadas em várias regiões do país contra a terceirização, que anda será votada no Senado, e retirada de direitos

Gerardo Lazzari/RBA

Esta é a terceira grande mobilização de centrais e movimentos sociais neste ano em defesa dos diretos sociais

São Paulo – Manifestações, paralisações, ocupações de terra e de prédios públicos, travamentos de avenidas e rodovias ocorrem nesta sexta-feira (29) em todo o país como parte das mobilizações iniciadas em março, em defesa dos direitos sociais e da democracia e em protesto contra as Medidas Provisórias 664 e 665, o ajuste fiscal e, com mais ênfase, contra o Projeto de Lei 4.330, de 2004, que libera a terceirização em todas atividades realizadas pelas empresas. O PL aprovado na Câmara tramita agora no Senado com o nome de PLC 30. “Nós precisamos dar um basta nisso. E dar condições para que a agenda vitoriosa que foi eleita com a presidenta Dilma seja aplicada no Brasil”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Centrais sindicais e movimentos sociais avaliam que o PL da terceirização liquida com a organização sindical e vai reduzir salários e aumentar a carga horária dos trabalhadores, conforme aponta estudo elaborado pela CUT. O projeto foi defendido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e pelo presidente licenciado da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP).

“Esse projeto 4.330 rasga a CLT. Queremos que os 12 milhões de terceirizados sejam regulamentados. Mas o projeto não fala disso. O que ele fala é de precarizar e desregulamentar os outros 37 milhões de trabalhadores que têm carteira assinada”, afirmou Freitas.

As MPs 664 e 665 fazem parte do ajuste fiscal proposto pelo governo da presidenta da República Dilma Rousseff e também são consideradas danosas aos trabalhadores. A primeira muda as regras para a concessão do auxílio–doença e pensão por morte e a segunda dificulta o acesso ao abono salarial e ao seguro–desemprego. Os ajustes fiscais promovidos pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, contemplam um corte de R$ 69,9 bilhões em gastos no orçamento de 2015, afetando todos os ministérios.

“Ajuste fiscal é com taxação das grandes fortunas, com a auditoria da dívida pública, com reforma tributária. O enfrentamento da corrupção precisa ser feito com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais. E não penalizando os mais pobres”, defendeu o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.

Em São Paulo, as mobilizações começam ainda de madrugada. A partir de 3h, os motoristas e cobradores de Sorocaba, Guarulhos, São José dos Campos, Jacareí e do ABC paulista vão parar os ônibus urbanos e de turismo. Metalúrgicos de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, químicos e bancários de São José dos Campos, químicos de Osasco e diversas categorias de Campinas também vão paralisar atividades amanhã. Veja a relação completa de atos ao fim do texto.

Nas estações da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) haverá panfletagem sobre o ajuste e o projeto da terceirização. Avenidas e pontes serão bloqueadas a partir das 6h. Sindicatos e movimentos sociais também vão realizar atos nas cidades da Baixada Santista e travar rodovias, entre elas: Raposo Tavares, José Ermírio de Moraes – conhecida como Castelinho –, Castelo Branco, Anhanguera, Anchieta e Imigrantes.

Na região central da capital paulista, a partir das 7h, manifestantes vão parar o Terminal Bandeira e, depois, seguirão em caminhada pelas avenidas Santos Dumont e do Estado até o Terminal Parque Dom Pedro II. Os bancários também vão paralisar atividades em diversas regiões da capital e da região metropolitana.

O MTST vai ocupar agências e superintendências da Caixa Econômica Federal em vários pontos da capital e da região metropolitana de São Paulo, e também do Rio de Janeiro, Ceará, Tocantins e em Goiás, para reivindicar também o lançamento da terceira versão do programa Minha Casa Minha Vida. Já o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), junto a outros grupos, vai realizar ocupações de terra e manifestações em rodovias de várias cidades do país.

“Lutamos também contra os mais de 50% de cortes feitos ao Ministério da Agricultura por conta dos ajustes fiscais. Lutaremos para que os Sem Terra não paguem a conta de anos de privilégios, através de investimentos e financiamentos ao agronegócio”, afirmou a coordenadora nacional do MST Kelli Mafort.

A partir das 17h todos os movimentos e centrais envolvidos no Dia Nacional de Paralisação vão realizar uma grande manifestação na praça da República, no centro da capital paulista.

Entre as organizações que vão realizar atos amanhã estão sindicatos ligados à CUT, CTB, CSP-Conlutas, CSB, Intersindical e Nova Central, o MTST, o MST, o Movimento dos Atingidos por Barragens, Levante Popular da Juventude, Psol e o PSTU.

Assista também à reportagem da TVT e confiram abaixo as manifestações programadas
Com informações da CUT

Atos marcados para amanhã

São Paulo

5h45 – Trancaço no Portão 1 da USP, Rua Alvarenga, 1777, Butantã

6h – Manifestação na Ponte do Socorro, na zona sul da capital

6h30 – Manifestação na estação Jandira da CPTM, Av. João Balhesteiro, 71, Jardim São Luiz, Jandira

8h30 – Concentração dos Metalúrgicos do ABC, Sede do Sindicato – Rua João Basso, 321 – Centro – São Bernardo

10h – Manifestação na estação Osasco da CPTM, Rua Alice Velho Teixeira – Presidente Altino, Osasco

17h – Manifestação na Praça da República

CUT-AP

Paralisações de servidores municipais e vigilantes, além do atos do movimento social e popular

CUT-BA

5h – Paralisação de diversas categorias – petroleiros, metalúrgicos, rodoviários, borracheiros, construção civil, alimentação, bancários

13h – Concentração no Iguatemi e ato dos movimentos sindical e social, com caminhada até a Fieb

CUT-CE

7h – Paralisação na Coelce, empresa de energia do Estado

13h – Paralisação em uma grande empresa de telemarketing

CUT-DF

10h – Ato na Praça do Buriti contra a política neoliberal implantada pelo Governo do DF, contra o PL 4330, e as MPs 664 e 665. Ao longo do dia, manifestações e paralisações de diversas categorias e setores, do campo e da cidade

CUT-GO

4h – Paralisação nos terminais de ônibus

CUT-MA

Vão parar os urbanitários, federais, IFMA, Metalúrgicos, professores. Haverá um ato na avenida que dá acesso a BR 365

CUT-MG

16h – Concentração e ato público na Praça Afonso Arinos, na região central da capital mineira

CUT-MT

14h – Movimentos sindical e social sairão em caminhada da Praça Ulisses Guimarães pelo Centro Político Administrativo. Além da luta contra a terceirização e o ajuste fiscal, a CUT-MT também vai protestar contra o governo Taques que descumpre a Lei de Reajuste Salarial dos Servidores Públicos

CUT-PE

14h – Ato público em frente à sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), em Santo Amaro

CUT-PI

8h – Concentração e ato público na Praça da Liberdade e também concentração (às 7h) em frente à Vida Nova Cidadão, de onde manifestantes sairão em caminhada pelo centro de Teresina

CUT-PR

10h – Concentração na Praça 19 de dezembro. Depois devem seguir em caminhada até o palácio do governo. Estarão presentes professores, servidores municipais e estaduais, bancários, petroleiros e metalúrgicos

CUT-RN

14h – Concentração no Viaduto do Baldo

15h – Saída da caminhada até o calçadão da avenida João Pessoa, onde terá um ato público

CUT- RJ

18h – Manifestação unitária na Cinelândia

CUT-RS

Durante a manhã serão realizadas ações (assembleias, caminhadas e paralisações) nos locais de trabalho, promovidas pelos sindicatos tanto na capital quanto em diversas cidades do interior do estado

12h – Concentração em frente à Fecomércio (Rua Alberto Bins, 665) para caminhada até a Praça da Matriz

CUT-SE

Mobilização no Distrito Industrial de Nossa Senhora do Socorro na parte da manhã

14h – Marcha na Praça General Valadão até o Tribunal de Justiça, no centro de Aracaju

CUT-TO

9h – Ato público próximo ao Colégio São Francisco, Avenida Juscelino Kubitschek, em Palmas

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