segunda parte

Boff diz que ‘Deus não quer a pobreza’ e defende educação libertadora

No 'Seu Jornal', da TVT, escritor e teólogo diz que reduzir a maioridade penal é condenar as crianças as virarem bandidos e defende a libertação pela educação

reprodução/TVT

‘O Brasil pode ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro’

São Paulo – Na segunda parte da entrevista exclusiva do escritor e teólogo Leonardo Boff ao Seu Jornal, da TVT, ele diz que a Teologia da Libertação buscou romper com uma visão resignada da fé, que naturalizava as desigualdades sociais. “Nós tentamos fazer a virada, Deus não quer a pobreza.”

Para ele, a Teologia da Libertação baseava-se na busca da liberdade pela ação, precedida de conscientização, engajamento e organização.

Sobre a proposta de redução da maioridade penal, que tramita no Congresso, Boff afirmou que significa condenar as crianças a virarem bandidos. “Lançá-los nas prisões é lança-los numa uma escola de bandidagem, onde aprendem tudo o que é possível de ruim.”

O filósofo chama a atenção para a importância da educação para a tomada de consciência do povo. “O fundamental é que o governo faça imensas iniciativas para levar ao povo conhecimento, um conhecimento ligado à prática, que melhore a sua vida, sua forma de morar, sua forma de decidir.”

Ligado às questões ambientais, Boff alerta que o aquecimento global, a seca e a falta d’água que afeta o sudeste brasileiro são sinais de que a Terra está doente, como consequência de estratégias equivocadas e modos de produção predatórios.

Boff destacou, ainda, a importância do Brasil para o equilíbrio do meio ambiente do planeta. “O futuro da Terra passa pelo Brasil porque aqui estão as grandes florestas úmidas, o Brasil é a potência de água doce, é o país que tem mais biodiversidade e tem 600 milhões de hectares de terras cultiváveis. O Brasil pode ser a mesa posta para as fomes do mundo inteiro.”

Assista a segunda parte da entrevista de Leonardo Boff ao Seu Jornal, da TVT:

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