Mobilização

Ato em Brasília conta com paralisação de 75% da categoria dos professores

Trabalhadores se concentraram durante a manhã em frente ao palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, e protestaram contra MPs, projeto de terceirização e corrupção no país

Antonio Cruz/ Agência Brasil

Terceirização: manifestantes em Brasília levaram faixas contra as ameaças do PL 4.330 aos direitos trabalhistas

Brasília – Com paralisação de 75% da categoria, os professores puxaram hoje (29), em Brasília, a mobilização nacional dos trabalhadores contra o ajuste fiscal do governo e o projeto de terceirização. As manifestações foram marcadas pela realização de um ato público em frente ao Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal (GDF).

O evento foi organizado pelo Sindicato dos Professores (Sinpro), e contou com a participação de representantes de várias entidades. Segundo um dos diretores do sindicato, Cláudio Antunes, coube à categoria, que desde o início do ano tem se mobilizado pela garantia de direitos e melhoria de salários diante da crise pela qual passa o governo do DF, reunir todas as demais no ato, que teve perto de 2 mil pessoas.

“Somos contra o ajuste porque ele não traz benefícios para o conjunto da sociedade, faz parte de uma política anticíclica que, uma vez praticada, vai gerar desemprego e não podemos concordar com isso. O que o Brasil e os trabalhadores precisam é de uma política que mantenha a economia funcionando. Estive num congresso recentemente e a perspectiva levantada pela maioria dos profissionais presentes é de que poderemos chegar ao fim do ano com um índice de desemprego na casa de dois dígitos. Há anos isso não acontece. Não podemos permitir esse retrocesso”, enfatizou Antunes.

No Distrito Federal, além dos professores, também chamam a atenção os rodoviários, que realizam assembleia neste domingo (31) e podem parar a partir de segunda-feira (1º). Na esfera federal, destacam-se os servidores federais da Universidade de Brasília (UnB), que estão em greve desde ontem.

Embora a concentração tenha sido na frente do Palácio do Buriti, poucas horas antes de se dirigir até o local vários servidores públicos federais acompanharam os grevistas da UnB em mobilização em frente ao Ministério da Fazenda. Estão em greve, na UnB, a área administrativa e os médicos do Hospital Universitário de Brasília, mas o corpo docente da universidade ainda não aderiu à paralisação – ficou de tomar uma posição a partir da próxima semana.

Nas manifestações do dia, faixas e cartazes, juntamente com as reivindicações pontuais de cada setor, deixaram clara a intenção observada em todo o país nos demais atos: chamar a atenção dos parlamentares e do governo sobre as medidas provisórias aprovadas esta semana pelo Senado Federal, e destacar os danos da precarização do trabalho com o projeto de terceirização – que se encontra em apreciação no Congresso.

Reforma política

Algumas das pessoas que se concentraram em frente ao Ministério da Fazenda também criticaram o resultado da votação da Câmara na última quinta-feira, quando os deputados aprovaram a inclusão, na Constituição, da proposta de reforma política.

“É um absurdo. Estamos aqui protestando pelas mudanças na economia desde o início do ano. E uma Casa que deveria ser de onde, por legitimidade, poderíamos contar, que é a Câmara com seus deputados, nos dá uma resposta dessas. Pelo que estamos vendo, a reforma política deverá sair pior do que as regras existentes hoje e isso é uma vergonha para todos os cidadãos que foram às ruas votar nos seus deputados, no ano passado”, enfatizou a agente administrativa Cirléia Mendes, da UnB.

Os manifestantes chamaram o PL da Terceirização de “PL da Escravidão”, criticaram a corrupção no país e enfatizaram, inclusive por meio de cartazes, que as medidas provisórias vão levar a “prejuízos para os trabalhadores”.

Os professores do DF pediram, ainda, a necessidade de ser aprovado com celeridade e implantado o chamado Plano Distrital da Educação, que vai nortear a política educacional para o Distrito Federal.

De acordo com o diretor da CUT-DF Roberto Miguel de Oliveira, um dos principais pleitos do grupo é a garantia de que os acordos assinados com o governo anterior sejam cumpridos.  “Esse governo está apontando para a demissão de servidores e o não cumprimento de acordos coletivos, mas os trabalhadores do DF estão mobilizados para que estes acordos sejam confirmados”, enfatizou.

Com informações do jornal Correio Braziliense


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