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Movimentos protestam pela agricultura familiar e contra o agronegócio

Jornada de lutas reúne entidades rurais e mobiliza trabalhadoras do campo, que cobram pelo aperfeiçoamento de políticas públicas para o setor, como a aquisição de alimentos e habitação rural

CC

Dos alimentos que chegam à mesa do brasileiro, cerca de 70% são produzidos pelo sistema de agricultura familiar

São Paulo – Em entrevista hoje (10) à Rádio Brasil Atual, o coordenador-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Marcos Rochinski, comenta a jornada de lutas em defesa da agricultura familiar, com ações deste ontem e foco nas trabalhadoras da agricultura. A agenda de mobilizações, nesta semana, com ações previstas em todo o país, cobra pelo aperfeiçoamento de políticas públicas para o setor, como a aquisição de alimentos e habitação rural.

Marcos destaca os avanços da agricultura familiar nos últimos anos, nas políticas de incentivo à produção, acesso ao crédito e assistência técnica, mas observa que a atual conjuntura é delicada, por conta da ocorrência de seca no Sudeste e no semiárido nordestino, e de problemas específicos na cadeia do leite, por exemplo, que sofre com desarticulação movida por interesses de grandes produtores, que jogam o preço do produto para baixo.

Essas são as questões conjunturais que a gente está procurando tratar com o governo na perspectiva de buscar uma solução. A gente trata isso justamente pela importância social e econômica que a agricultura familiar tem no dia a dia do nosso país.”

O coordenador-geral da Fetraf lembra que a agricultura familiar é responsável por cerca de 70% da produção de alimentos que chega à mesa das famílias brasileiras e que, por isso, os problemas enfrentados pelo setor, se não resolvidos, podem acarretar em desabastecimento.

Ao longo da semana, um grupo de representantes dos agricultores familiares deve ser recebido nos ministérios da Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Desenvolvimento Social e Previdência Social, para a discussão de pautas específicas.

Além da agenda oficial com autoridades, em aliança com outros movimentos do campo, como a Via Campesina e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as trabalhadoras promovem uma série de mobilizações. Em Goiânia, cerca de 1.500 mulheres ocuparam hoje a unidade transnacional da Cargill, para denunciar a ameaça representada pelos latifúndios controlados pelo capital estrangeiro à segurança alimentar e ao meio ambiente. Outro grupo de manifestantes ocupa a BR 277, na área central do Paraná. Manifestantes também ocuparam a sede da multinacional israelense Adama, em Taquari, no Rio Grande do Sul. Estão previstas ações em pelo menos 15 estados, com marchas, ocupações e trancamento de rodovias.

Ouça a entrevista completa da Rádio Brasil Atual:

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