São Paulo – Aos 93 anos, completados em julho, o cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, participou ontem (30) de uma missa na Catedral da Sé, na região central. A missa foi presidida pelo atual arcebispo metropolitano, cardeal Odilo Pedro Scherer. De 1º de novembro de 1970 a 22 de maio de 1998, Arns foi o arcebispo metropolitano. Recluso há anos, ele tornou-se cardeal em março de 1973. Foi ordenado padre há 69 anos, e este foi o motivo da celebração de ontem.

“Mesmo com dificuldade para se locomover, devido à idade, Dom Paulo se aproximou dos fiéis no final da missa para saudá-los”, informa a Arquidiocese de São Paulo. No início da cerimônia, o religioso fez uma breve fala: “Agradeço ao senhor Cardeal Dom Odilo Pedro de ter aceito a presidência dessa celebração e peço a todos os fiéis aqui presentes uma fervorosa oração pelas vocações sacerdotais. Nossa querida Arquidiocese de São Paulo é tão grande e se desenvolve tanto que jamais terá vocações suficientes se assim continuarmos. Que Deus abençoe as famílias e os jovens que desejam seguir a Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote. Obrigado. Amém!”.

Dos 209 cardeais vivos atualmente, Dom Paulo é o nomeado há mais tempo, segundo o professor Fernando Altemeyer Junior, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, em trecho divulgado pela Arquidiocese. De acordo com o professor, só há dois cardeais nomeados pelo papa Paulo VI (1963-1978): Arns e o norte-americano William Wakefiel Baum. “Todos os demais foram feitos cardeais ou pelo São João Paulo II, ou por Bento XVI ou pelo atual papa Francisco.”

Na celebração da eucaristia, Dom Paulo estava acompanhado de Dom Antonio Gaspar, bispo emérito de Barretos, e Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes. Ambos foram bispos auxiliares de Arns na Arquidiocese.

Nascido em Forquilhinha (SC) em 14 de setembro de 1921, dom Paulo tem seu nome associado à resistência contra a ditadura (1964-1985) e a  movimentos de direitos humanos.

Leia também

Guerreiro de batina