direitos humanos

Metalúrgicas debatem violência contra as mulheres e estimulam a denúncia

Evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC antecipou debate do Dia Mundial de Combate à Violência contra a Mulher, celebrado na terça-feira (25)

Marcos Santos / Imagens USP / reprodução

Prevenção e combate à violência doméstica é tema permanente da luta das mulheres

São Paulo – A Comissão das Metalúrgicas do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC organizou na quarta-feira (19) a “Arena Metalúrgica”, debate do tema “Ser valente é combater a violência contra a mulher”, como preparação para o Dia Mundial de Combate à Violência contra a Mulher, celebrado na próxima terça-feira (25).

O evento foi aberto pelo presidente do sindicato, Rafael Marques, que lembrou a trajetória da entidade, “marcada fortemente por lutas por inclusão, igualdade e cidadania”. “Faz parte da nossa luta promover a igualdade de salários e oportunidades de participação política e organizacional das mulheres. E o combate à violência contra a mulher é um tema fundamental que precisa ser encarado por todos nós”, ressaltou.

O dirigente destacou que o respeito à mulher deve ser garantido no dia a dia e que toda sociedade precisa estar atenta, relembrando episódio durante a campanha eleitoral em que o candidato tucano, Aécio Neves, chamou a presidenta Dilma Rousseff de leviana e mentirosa, durante debate eleitoral na televisão.

“Naquele momento, ele ofendeu a presidenta e a todas as mulheres que lutam por igualdade e por um país melhor. O que ele praticou foi um ato de violência contra a mulher. É importante colocarmos essa discussão em pauta para promover a paz, o entendimento e cada vez mais a conscientização dos homens e mulheres.”

Ana Nice Martins de Carvalho, diretora do sindicato e coordenadora da comissão, fez um alerta sobre os dados divulgados neste mês pelo 8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública sobre a violência no País. “Foram mais de 50 mil estupros registrados no ano passado. Não poderíamos deixar passar o dia mundial sem fazer uma reflexão profunda sobre esses índices e sobre as diversas faces da violência contra a mulher no Brasil.”

Para a sindicalista, é fundamental que as pessoas não se calem diante da violência: “Seja qual for a forma de violência ou o ambiente em que ela ocorra. Toda e qualquer violação de direitos deve ser denunciada. Só assim vamos conseguir enfrentar essa questão”.

A Lei Maria da Penha, aprovada em 2006, foi lembrada pela secretária de Políticas para as Mulheres de Santo André, Silmara Conchão, pelo aumento do rigor das punições aos homens que agridem de física ou psicologicamente uma mulher. “É preciso tomar posse de ser mulher para combater as diversas faces da violência”, disse, acrescentando importante reflexão sobre as origens dessa violência: “A educação ainda é desigual. A sociedade continua educando de forma diferente os meninos e as meninas. Continua a reproduzir o que é o mundo masculino e o mundo feminino”.

A blogueira Conceição Oliveira, a Maria Frô, reiterou: “Na escola, por exemplo, a tolerância é maior ao que chamamos de ‘relaxo’ com o caderno dos meninos. Das meninas é cobrado mais capricho. Há, sim, diferenças entre os sexos, mas elas não podem justificar as desigualdades de direito. Faço um convite a todas nós. Não vamos reproduzir os estereótipos dos papéis sociais, vamos ao contrário, empoderar as mulheres e educar os nossos filhos para serem homens respeitosos”.

smabc/divulgação
Ana Nice, da CUT: unir homens e mulheres para repudiar a violência

A secretária de Políticas para Mulheres da cidade de São Paulo, Denise Motta Dau, disse que é preciso ir além da Lei Maria da Penha no enfrentamento da violência e que sindicatos, empresas e poder público podem desenvolver ações nesse sentido: “A Lei Maria da Penha é uma das mais avançadas do mundo, mas é preciso políticas públicas para que ela seja fortalecida”, destacou.

O secretário de Desenvolvimento Social e Cidadania de São Bernardo do Campo, Jean Carlos Fernandes, comentou a importância do engajamento dos homens no combate à violência contra a mulher. “É necessário que toda sociedade esteja comprometida”.

 

Com informações do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

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