'confiante'

Haddad faz apelo contra ‘ódio partidário’ às ações de mobilidade criadas em São Paulo

Implementação de ciclovias e faixas exclusivas de ônibus tem aprovação de 88% e 90% dos paulistanos, respectivamente, indica pesquisa de mobilidade feita pelo Ibope e a Rede Nossa São Paulo

Taba Benedicto/ Brazil Photo Press/Folhapress

Haddad disse que outros prefeitos pelo mundo enfrentaram oposição ao implementar ciclovias e corredores de ônibus

São Paulo – O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), fez um apelo na manhã de hoje (18) para que os críticos e opositores das ciclovias e das faixas exclusivas de ônibus deixem de analisar tudo com “ódio partidário” e valorizem o que está dando certo. “Eu peço que essas pessoas, que não são especialistas no assunto e que comentam todo santo dia sobre o que não entendem, ouçam os especialistas e ouçam a população dizendo que faixas exclusivas de ônibus e ciclovias fazem sentido em uma cidade como São Paulo”, disse.

Segundo a oitava pesquisa Ibope sobre mobilidade urbana na capital paulista, lançada na manhã de hoje, o índice de pessoas favoráveis à construção e ampliação das ciclovias na cidade é de 88%.

As faixas exclusivas de ônibus são aprovadas e deveriam ser aumentadas para 90% da população paulistana. O índice oscilou para baixo dentro da margem de erro, e no ano passado ficou em 93%. O levantamento foi encomendado pela Rede Nossa São Paulo e ouviu 700 pessoas entre 29 de agosto e 3 de setembro. Os dados completos podem ser acessados no site da Rede Nossa São Paulo.

O prefeito afirmou que os números o deixam confiante de que o trabalho deve prosseguir. Ele ressaltou que as ações realizadas aqui são tiradas de exemplos de várias cidades do mundo e que não há nenhuma intenção de impedir o uso do carro, massim de equilibrar a relação entre o pedestre, o ciclista, o usuário de ônibus, metrô e trens e o transporte individual motorizado. “É isso que buscamos na cidade de São Paulo”, explicou.

Haddad admitiu que acreditava ter perdido apoio em relação às medidas, em virtude da oposição feita às medidas da prefeitura no noticiário, nos jornais, nas redes sociais. “É difícil contrariar certos interesses. E o beneficiado não sai em passeataelogiando o poder público. Quem sai criticando é a minoria que tem seus interesses contrariados.”

Recentemente, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), morador de Higienópolis, criticou nas redes sociais o que chamou de delírio autoritário do prefeito. Para Haddad, a campanha não resultou nenhum ganho político para a oposição, como mostra a pesquisa. E convidou a oposição a se somar ao governo para dar agilidade aos processos de implementação das ações de mobilidade.

Para o secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, do mesmo partido do senador, no entanto, questionamentos estão mais relacionados ao fato novo. “Obviamente na região central o espaço urbano é mais disputado. Mas na periferia, onde o uso é bem intenso, com a chegada das ciclovias o impacto vai ser muito forte. A gente vê isso nos bicicletários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos”, comentou.

Resultado preocupante é o crescimento do percentual de paulistanos que têm carro em casa, que subiu dez pontos percentuais, de 52% em 2013, para 62% neste ano. Também subiu, de 27% para 38%, o número de pessoas que declarou utilizar o carro todos os dias ou quase todos os dias.

A avaliação negativa sobre o trânsito, em virtude dos congestionamentos segue no mesmo patamar, desde 2008. Para 70% dos entrevistados, o trânsito é ruim ou péssimo. A média de tempo gasta no trânsito, para realização de todos os compromissos, ficou em 2 horas e 46 minutos.

A população também se mostrou favorável à implementação de vias exclusivas para motociclistas (87%), proibição de estacionamento nas ruas e avenidas do centro expandido (53%). Mas foi contrária à implementação de um sistema de pedágio urbano (74% contra) e se dividiu em relação ao rodízio de veículos de dois dias – 46% a favor e 51% contrários. Outros 41% são favoráveis à implementação do passe livre no transporte coletivo para todas as pessoas.

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