50 mil metros quadrados

Antes símbolo da elite de São Paulo, Clube Tietê reabre como espaço público de esporte

Centro Esportivo e de Lazer Tietê terá quadras de tênis e de basquete, quadras e ginásios poliesportivos, todos oficiais, além de sala de ginástica e dança e uma área coberta para leitura e biblioteca

Fabio Arantes/Secom

Prefeito Haddad fez nesta quarta (17) as vistorias finais do local, que será aberto para a Virada Esportiva

São Paulo – Houve um tempo em que aquele era um dos redutos da tradicional elite paulistana e formador de atletas e recordistas brasileiros, principalmente no remo, onde era uma das maiores potências do país na primeira metade do século XX. O Clube de Regatas Tietê chegou a formar ao menos dois grandes esportistas de primeira grandeza internacional – Maria Lenk, na natação, e Maria Esther Bueno, no tênis. Foram tempos em que o rio mais importante do estado de São Paulo tinha suas águas límpidas pelo trecho que corta a capital. Esses tempos ficaram para trás, assim como o Tietê virou símbolo do crescimento e da poluição da maior metrópole do hemisfério sul.

Fundado em 1907 por um grupo de imigrantes portugueses às margens do curso de água natural mais conhecido pelos paulistas, o Tietê foi perdendo a pompa que ostentou nos primeiros decênios do século passado. E embora tenha conseguido, por algum tempo, se acomodar às profundas transformações vividas pela própria cidade nas décadas seguintes, o tradicional clube de regatas paulistano adentrou o terceiro milênio em uma crise financeira crônica, com dívidas trabalhistas e judiciais que somavam cerca de R$ 30 milhões. O capítulo final de sua derrocada veio ao final de 2012, com o encerramento de suas atividades e o cumprimento de uma ordem judicial de reintegração de seus mais de 50 mil metros quadrados para o município de São Paulo.

No próximo sábado (20), quando será aberta a 8ª edição da Virada Esportiva, o espólio do velho Tietê será entregue para a população da cidade, na forma de um novo equipamento multiuso de lazer e de esporte – o Centro Esportivo e de Lazer Tietê. O local contará com quatro quadras de tênis, quatro quadras e cinco ginásios poliesportivos e outras quatro quadras de basquete na modalidade 3 x 3, todas oficiais, além de sala de ginástica e dança e uma área coberta para leitura e biblioteca. A única parte que não será entregue ainda será uma pista de skate, que não estava prevista no projeto original e precisará passar por licitação.

Além dos equipamentos recuperados, há uma área de 20 mil metros quadrados para caminhada e atividades culturais ao ar livre – instalada no terreno onde ficavam as piscinas do velho Tietê. Segundo o prefeito Fernando Haddad (PT), que esteve na manhã de hoje (17) no local para fazer vistorias, as tradicionais piscinas estavam irrecuperáveis e a prefeitura teria de desembolsar R$ 10 milhões apenas para recuperá-las – os investimentos na reabilitação do espaço custaram R$ 14 milhões à prefeitura paulistana.

“Acho que aqui vai ser uma das principais áreas de show da cidade de São Paulo, fora todo o lazer e o esporte que o antigo clube de regatas oferece. Nós recuperamos e restauramos todos os ginásios, as quadras, toda a parte esportiva, que está pronta para a Virada”, disse o prefeito.

A inauguração oficial do espaço ocorrerá com um concerto, provavelmente em 11 ou 12 de outubro. “Estamos pensando em uma coisa parecida com a Fan Fest (festa da Fifa durante a Copa do Mundo), com aqueles telões e o palco”, acrescentou Haddad.

Segundo Celso Jatene, secretário municipal de Esportes, Lazer e Recreação, foram retiradas mais de 500 toneladas de lixo em 2013 apenas para preparar o terreno para as reformas deste ano. “Esta área de lazer é permanente, é para a população vir usar. É totalmente aberta e gratuita”, afirmou.

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