Contrato

Recursos federais destravam construção de monotrilho no ABC paulista

De R$ 1,9 bilhão em recursos públicos, R$ 1,6 bilhão será repassado pela União ao governo estadual. 'É de mãe para filho', diz ministra no Palácio dos Bandeirantes. Obra tem previsão de entrega em 2018

Alessandro Valle/ABCDigipress/Folhapress

Miriam Belchior e Alckmin assinaram acordo para a construção de 14,9 quilômetros de trilhos

São Paulo – O governador Geraldo Alckmin (PSDB) e a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, firmaram hoje (22) contrato para repasse de recursos federais para a construção do monotrilho entre São Paulo e o ABC. Os investimentos na Linha 18-Bronze envolverão R$ 4,2 bilhões, dos quais R$ 2,3 bilhões serão públicos, com R$ 1,6 bilhão do governo Dilma Rousseff, e R$ 1,9 bilhão do setor privado.

O contrato é para interligar São Paulo com São Caetano do Sul, Santo André e São Bernardo do Campo, uma antiga cobrança de moradores da região metropolitana.Somadas, as três cidades têm 1,5 milhão de habitantes, e se conectam a outros municípios que têm grande deslocamento diário em direção à capital.

A oficialização das parcerias entre os governos federal, estadual e municipal e o setor privado ocorre oito meses após o lançamento do edital e as obras poderão ter início imediato, apesar de serem necessárias desapropriações. Os trabalhos deverão ser concluídos até 2018.

Alvo de constantes adiamentos, o edital da Linha 18 tinha a assinatura projetada em julho do ano passado, segundo o ABCD Maior. Em visita à Região, Alckmin chegou a garantir que o documento seria assinado em 7 de novembro, o que não ocorreu. Em seguida, a Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado postergou o ato para a primeira quinzena de dezembro. Na última semana, o tucano cancelou o acordo pelo início do processo licitatório por problemas burocráticos.

Miriam Belchior enfatizou que esse empreendimento faz parte da política de apoio do governo federal aos investimentos para combater os problemas urbanos por meio dos recursos a fundo perdido da Advogacia-Geral da União (AGU) e dos financiamentos dos bancos públicos, em condições bastante favoráveis.

“Alguns diriam que é de pai para filho e nós, do governo federal, costumamos dizer que é de mãe para filho”, disse a ministra, referindo-se ao prazo de 30 anos para o pagamento, com cinco anos de carência e juros de 5%. Em todo o país, as parcerias somam recursos de R$ 143 bilhões em 650 quilômetros de transporte sobre trilhos e 3,2 mil de transporte sobre pneus, acrescentou.

Com projeção de atender a 314 mil passageiros, o monotrilho terá 14,9 quilômetros de extensão e 13 estações, saindo da Tamanduateí, com integração com as linhas 2-Verde do Metrô e 10-Turquesa da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), indo até a Djalma Dutra, em São Bernardo do Campo. Pelo monotrilho, vão circular 26 trens e haverá um pátio de estacionamento e manutenção das composições, além de três terminais de integração intermodal e de um estacionamento para três trens ao longo da linha.

O governador Geraldo Alckmin afirmou que a obra é uma grande conquista, pois, além de atender às necessidades de deslocamento da população, desafogará o trânsito com a retirada de 12 ônibus e 500 carros das ruas desse percurso.

Segundo o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, as desapropriações necessárias à obra vão ocorrer nas áreas próximas às estações e têm custo estimado em R$ 417 milhões.

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