Função social

Moradores da ocupação Pamplona em SP protestam contra reintegração de posse

Prédio de 15 andares e 28 apartamentos estava abandonado há 5 anos; imóvel não cumpria a função social e, após a ocupação, proprietários abriram gráfica no local

O coordenador do movimento afirma que o imóvel não está cumprindo função social

São Paulo – Sessenta e cinco famílias devem desocupar, no próximo domingo (17), imóvel localizado próximo a avenida Paulista, Em São Paulo, a ocupação Pamplona. O Movimento de Moradia Região do Centro (MMRC) realizou um ato nesta quinta-feira (14) na região, contra a reintegração de posse. A reportagem sobre o tema foi ao ar na edição de ontem do Seu Jornal, da TVT.

O prédio, que está em uma das localizações com o metro quadrado mais caro de São Paulo, tem 15 andares, no total de 28 apartamentos, estava abandonado há 5 anos e foi ocupado no último dia 12 de junho. Nelson da Cruz Souza, coordenador do MMRC, alega que o imóvel não cumpria a função social e que, após a ocupação, os proprietários abriram uma gráfica. “Isso não é cumprir a função social em um prédio de 15 andares”, argumenta.

Nelson enfatiza que prédios altos são levantados continuamente na cidade, mas essas construções são destinadas à classe média alta. “E para os pobres? Onde vai ser construído? Na periferia? Onde ele leva três horas para ir ao trabalho?”, questiona o coordenador do movimento.

Guilherme Land também é um dos coordenadores do movimento e ressalta que a função social da propriedade é um debate que precisa ser feito, pois está previsto na constituição. “A função social dos imóveis não é levada a sério pela Justiça. Então, um dos nossos maiores obstáculos hoje é lidar com o Poder Judiciário”, pontua.

Entre os moradores, está Ivone Antonio Costa Pereira, de 72 anos. Ela considera as condições precárias em que a população periférica vive e acredita que os prédios abandonados nas regiões centrais de São Paulo devem ser ocupados.

Outra moradora, Carmem Silva resume as dificuldades encontradas pelo grupo. “Nós não temos o direito de morar na área de manancial porque é represa. Nós não temos direito de morar perto da mata porque é área de preservação. Nós não temos direito de morar no centro porque é onde vive a alta burguesia.”

Assista a reportagem completa realizada pela TVT: