seca

Site propõe mapear falta de água na região metropolitana de São Paulo

Já a Sabesp retirou do ar o site que permitia que a população acompanhasse os níveis das represas que fazem o abastecimento

Site foi aberto no último domingo (18) e já tem 3,5 mil inserções de locais onde faltou água este ano

São Paulo – Ao mesmo tempo em que a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) tira do ar a página de acompanhamento dos níveis dos mananciais, o engenheiro de computação Diego Quinteiro criou uma página com georreferenciamento para a população denunciar onde falta água na região metropolitana de São Paulo.

E, contrariando os recorrentes pronunciamentos do governador Geraldo Alckmin (PSDB), cerca de 3,5 mil pessoas fizeram denúncia de falta d’água, sobretudo nas zonas norte, leste, oeste e central da capital paulista, mas também em Osasco, Guarulhos e Santo André.

O site Faltou Água foi criado há apenas três dias. Basta escrever o endereço do local em que faltou água e selecionar o tipo de ocorrência: “Nos últimos meses, quase todo dia”; “Nos últimos meses, muitas vezes”; ou “Este ano, de vez em quando”. Após confirmar, o sistema faz uma marcação no mapa, na rua ou bairro indicado.

Mesmo cidades mais distantes da capital, como Ribeirão Preto, Americana, Itu e Piracicaba têm denúncias. O objetivo descrito no site é juntar dados suficientes para reivindicar uma solução do governo estadual.

Nos comentários, as pessoas que registraram as queixas informam certa coerência na falta de água: ela se dá sempre durante à noite, entre 22h e 6h, às vezes, em um período menor. Além disso, também são relatados o excesso de cloro – que deixa a água “branca”, e água com coloração turva, num tom de marrom, como se houvesse barro diluído.

Desde a semana passada, a Sabesp retirou do ar o site de acompanhamento do nível dos mananciais, no qual era possível verificar os dados desde 2003. No lugar, há uma página da assessoria de comunicação, informando os níveis das represas.

O volume agora apresentado para o Sistema Cantareira, considerando o volume morto, que começou a ser captado no dia 15, é de 26,3% do nível total das represas. No entanto, contando somente o volume útil, o nível é de aproximadamente 7,2%.

O volume morto, nível que não era utilizado no abastecimento por ficar abaixo da abertura de comportas das represas, acrescentou 182,5 bilhões de litros de água, aos 982,07 bilhões de litros da capacidade total do Sistema Cantareira (18,5% a mais). No entanto, as agências reguladoras – Agência Nacional de Águas (ANA), órgão federal, e o Departamento de Água, Esgoto e Energia (DAEE), estadual, admitiram não ter estudos sobre a qualidade dessa água para consumo.

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