São Paulo

Ocupação Copa do Povo terá posto de saúde popular e horta medicinal

Iniciativa é parceria entre o MTST e o Fórum Popular de Saúde; bairros da região aguardam pronto-socorro prometido pelo governo do estado

Flávio Freire/fotógrafos ativistas

Além de dar assistência os sem-teto, a ideia é chamar atenção para os problemas da rede pública de saúde

São Paulo – Um posto de saúde popular será inaugurado no próximo domingo (18) na Copa do Povo, ocupação coordenada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST) na zona leste de São Paulo. O terreno de 150 m² abriga cerca de 4 mil famílias desde o começo do mês e fica a pouco mais de três quilômetros da Arena Corinthians, o Itaquerão, sede paulista dos jogos da Copa do Mundo de futebol.

A iniciativa é uma parceria entre o MTST e o Fórum Popular de Saúde, que reúne profissionais da área, estudantes e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Em  uma barraca, haverá itens de primeiros-socorros e orientações sobre questões básicas de saúde, como tratamento de queimaduras e torções.

A ideia é promover o “saber popular”, com a construção de uma horta coletiva de ervas medicinais. “Queremos tirar aquela ideia de que só o médico sabe”, afirma o professor de educação física Heitor Pasquim, militante do Fórum Popular de Saúde. “Estudantes irão fazer visitas e estaremos preparados para fazer pesagem, medição, leitura de receitas, coisas bem básicas”, explica.

Além de dar assistência e promover o autocuidado entre os sem-teto, a ideia é chamar atenção para os problemas da rede pública de saúde. “Os bairros em volta da ocupação têm sérios problemas de atendimento. O Jardim Helian, por exemplo, reivindica há mais de dez anos um posto de saúde”, aponta.

Em janeiro, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a destinação de R$ 25,6 milhões para o Hospital Santa Marcelina, dentro do programa de auxílio às santas casas e hospitais filantrópicos. Na ocasião, o governador afirmou que a entidade seria “referência” durante a Copa e que um pronto-socorro na região,  para o qual havia sido destinada a quantia de R$ 7 milhões, teria a entrega realizada em abril. “Mas, até agora, nós não vimos nada, nenhuma construção para o povo de Itaquera”, relata Pasquim.

Segundo Pasquim, no sábado os movimentos irão se reunir com representantes da Organização Social de Saúde Santa Marcelina, que administra diversos serviços de saúde na região, inclusive com dinheiro público. “Eles vão ser responsáveis pelo atendimento durante a Copa. O governo direcionou muita verba para isso”, afirmou.

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