aos 91 anos

Morre dom Tomás Balduíno, um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra

UFG D. Tomás, religioso e liderança das questões agrárias no diálogo com os governos federais Brasília – Morreu na noite desta sexta-feira (2), em Goiânia, o bispo emérito da cidade […]

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D. Tomás, religioso e liderança das questões agrárias no diálogo com os governos federais

Brasília – Morreu na noite desta sexta-feira (2), em Goiânia, o bispo emérito da cidade de Goiás, dom Tomás Balduíno. Dom Tomás teve papel importante na criação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), em 1972, e da Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 1975. Foi presidente do Cimi de 1980 a 1984 e da CPT de 1999 a 2005. O religioso tinha 91 anos e morreu em decorrência de uma tromboembolia pulmonar.

Ele ficou internado de 14 a 24 de abril no Hospital Anis Rassi, em Goiânia. Teve alta hospitalar no dia 24, mas foi novamente internado no dia seguinte, no Hospital Neurológico, também em Goiânia, onde permaneceu até ontem.

O corpo será velado na Igreja São Judas Tadeu, na capital goiana, até as 10h de amanhã (4), quando será celebrada uma missa. De lá, segue para a cidade de Goiás, onde será velado na catedral até as 9h de segunda-feira (5).

Em nota, a CPT declarou: “É com grande tristeza que a CPT comunica o falecimento de Dom Tomás Balduino, bispo emérito da cidade de Goiás (GO) e fundador da Comissão Pastoral da Terra. Apesar da tristeza temos a certeza que Dom Tomás viveu sua vida em plenitude, e em comunhão com a causa dos pobres da terra. Seu exemplo e luta estarão presentes sempre na caminha daqueles e daquelas que lutam por um mundo melhor e por justiça social”.

A presidenta Dilma Rousseff lamentou morte do bispo. “Foi com tristeza que soube da morte de dom Tomás Balduíno, incansável lutador das causas populares”, disse Dilma em nota. Ela classificou o bispo como “um persistente.”

“Personagem central na fundação da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário, figura destacada na oposição ao regime militar, dom Tomás foi defensor intransigente dos direitos dos índios, dos trabalhadores sem terra e dos mais pobres”, ressaltou a presidenta.

Trajetória ativa

Dom Tomás nasceu na cidade de Posse, em Goiás, em 31 de dezembro de 1922. Seu nome de batismo era Paulo Balduíno de Sousa Décio. Ao se tornar religioso, o dominicano recebeu o nome de frei Tomás.

Em 1957, foi nomeado superior da missão dos dominicanos da Prelazia de Conceição do Araguaia (PA), onde começou a conviver com a realidade de indígenas e camponeses. Na época, a Pastoral da Prelazia acompanhava sete grupos indígenas. Para desenvolver um trabalho mais eficaz com os índios, fez mestrado em antropologia e linguística na Universidade de Brasília, que concluiu em 1965. Estudou e aprendeu a língua dos índios xicrins, dos grupos Bacajá e Kayapó.

Em 1965, foi nomeado prelado de Conceição do Araguaia. Na região, atuou para impedir a invasão de áreas indígenas e a expulsão de pequenos camponeses por parte de grandes empresas agropecuárias.

Foi nomeado bispo da cidade de Goiás em 1967, onde permaneceu durante 31 anos, até 1999. Ao completar 75 anos, renunciou e mudou-se para Goiânia. Seu ministério episcopal coincidiu, a maior parte do tempo, com a ditadura (1964-1985).

Com informações da Agência Brasil e da CPT


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