São Paulo

Justiça suspende reintegração de terreno ocupado pela ‘Copa do Povo’

Sem-teto acampados em área próxima ao Itaquerão conseguiram duas semanas para organizar ocupação e preparar-se para reunião de negociação com proprietários e Justiça

Danilo Ramos/RBA

Copa do Povo fica a apenas quatro quilômetros do estádio de abertura da copa, o Itaquerão (ao fundo)

São Paulo – O juiz da 3ª vara da Fazenda Pública, Celso Maziteli Neto, suspendeu a liminar de reintegração de posse contra a ocupação Copa do Povo, na noite de ontem (8), após pedido de reconsideração do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Também foi marcada uma audiência de conciliação para o dia 23 deste mês, entre o movimento, os proprietários da área, em Itaquera, na zona leste da capital paulista, e a Justiça. A liminar de reintegração de posse foi concedida na quarta-feira (7) e não foi revogada, mas teve a aplicação adiada.

A ocupação do terreno privado no Parque do Carmo, zona leste da capital, foi iniciada na madrugada do último sábado (3). Cerca de quatro mil pessoas estão no local, que pertence a Inpar Projeto Ltda e tem cerca de 150 mil metros quadrados de área. O espaço fica a menos de quatro quilômetros do Itaquerão, estádio do Corinthians que receberá a abertura da Copa do Mundo de 2014.

Saiba mais:

Ontem à tarde, militantes do MTST se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ambos do PT, para discutir uma ampliação do atendimento do programa Minha Casa, Minha Vida na capital paulista para atendimento da demanda dos movimentos de moradia. A reunião ocorreu minutos antes de Dilma visitar as obras do Itaquerão.

O MTST também pediu que o governo federal avaliasse a intervenção numa possível desapropriação do terreno. A hipótese foi descartada em seguida por Haddad, que disse não haver débitos dos proprietários com o município. Mesmo assim, o prefeito afirmou que trabalharia pelo diálogo entre as partes.

Também no dia de ontem, pela manhã, grupos de sem-teto ocuparam as sedes de três empreiteiras – a Andrade Gutierrez, OAS e Odebrecht – na capital paulista e, aliados ao Movimento Resistência Urbana, realizaram manifestações em diversas cidades do país.

O objetivo das mobilizações foi denunciar os “gastos abusivos” e “efeitos antipopulares” da Copa, além de cobrar, das três esferas de governo, “medidas que deixem um efetivo legado da Copa para a maioria trabalhadora do país”.

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