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Bruno Covas nomeou ex-delegado do Dops como diretor em Secretaria do Meio Ambiente

Olavo Reino Francisco trabalhou no órgão de repressão entre os anos de 1979 e 1981. Entre outras ações, ele foi responsável pela prisão de Luiz Gushiken

Fundação Florestal/Divulgação

Procurado pelo SPressoSP, o Covas informou que já conhecia o passado de Olavo quando o nomeou

São Paulo Desde o dia 26 de abril de 2012, o cargo de diretor executivo da Fundação Florestal, órgão subordinado à Secretaria do Meio Ambiente, é ocupado por Olavo Reino Francisco, ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), órgão de repressão da ditadura militar.

Olavo chegou a acumular, desde sua nomeação até a última segunda-feira (26), o cargo de diretor executivo e presidente da Fundação Florestal. O deputado estadual Bruno Covas (PSDB), ex-secretário do Meio Ambiente, foi responsável pela nomeação do ex-delegado do DOPS.

Não consta, no Portal Transparência, os vencimentos recebidos por Olavo na Fundação Florestal. Porém, pela Secretaria de Segurança Pública, ele recebe um salário de R$ 23.054 como delegado policial especial, superando até mesmo os ganhos do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que somam R$ 20.662.

Histórico

Procurado pelo SPressoSP, o deputado Bruno Covas informou que já conhecia o passado de Olavo quando o nomeou para a direção da Fundação Florestal, mas relevou, considerando a juventude de seu diretor, à época do exercício da função. “Eu sabia sim, mas o Dr. Olavo começou muito novo no DOPS e trabalhava com crimes comuns, nada que tenha vínculo político”, afirmou o parlamentar tucano.

Porém, a história contradiz Covas. O atual diretor executivo da Fundação Florestal atuou no DOPS entre os anos de 1979 e 1981 e foi responsável, entre outras ações, pela prisão de Luiz Gushiken,  ex-deputado e ex-ministro de Comunicações no governo Lula.

Gushiken organizou, em 1980, uma partida de xadrez com o enxadrista Hebert de Carvalho. O objetivo do ex-deputado era arrecadar fundos para ajudar Lula, que acabara de ser preso, a sair da cadeia. O ato foi encarado como ofensivo pela ditadura e Olavo Reino Francisco prendeu Gushiken.

O “Ratazana”, alcunha de Olavo entre seus pares no DOPS, era um homem violento como é possível verificar em buscas por jornais da época. Matéria do dia 01 de janeiro de 1981, no jornal O Estado de S. Paulo, aponta o diretor da Fundação Florestal como responsável por assassinar o filho de um sargento com um tiro na cara.

Olavo alegou, à época, que agiu em legítima defesa, após o filho do sargento tentar lhe assaltar.

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