São Paulo

Manifestantes passam noite em terreno baldio e vão ao trabalho nesta segunda

A ocupação é uma das 20 realizadas neste fim de semana por associações ligadas à UNM, à CMP e FLM

Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span></span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span></span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>Rua do Bosque: Cerca de 400 pessoas ocuparam terreno <span>(Danilo Ramos/RBA)</span>

São Paulo – As pessoas foram chegando aos poucos, trazendo provisões em malas e mochilas. Comida, colchonetes, mudas de roupa para enfrentar um dia normal de trabalho nesta segunda-feira (7), depois de passar a madrugada ocupando um terreno na rua do Bosque, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo.

O grupo nem sabia onde iria ficar. Só os coordenadores, todos experientes, com mais de três ocupações no histórico, sabiam onde era o “alvo”. Cabe a eles levantar e preparar toda a estratégia da ocupação, cujo momento mais crítico é a entrada.

Havia a informação que o terreno era vigiado por seguranças e o temor que eles estivessem armados. No entanto, apenas um homem vigiava o local e não ofereceu resistência. A 0h15 o grupo, com cerca de 400 pessoas – a maioria, mulheres e idosos, moradores de bairros da zona oeste e noroeste – entrou no terreno coberto de mato e ao lado da linha férrea, depois de estourarem um portão fechado a cadeado.

Minutos depois, quatro viaturas da Polícia Militar chegaram ao local, colheram dados dos coordenadores, tiraram fotos e foram embora, sem conflitos.

A diarista Amália Veiga, de 52 anos, perdeu a conta de quantas ocupações participou, mas já estava sentindo falta da “adrenalina”. “Medo, eu não sinto”, afirma. Depois de passar a noite no terreno, ela foi trabalhar em uma das três casas que faxina de segunda a sexta.

Militante de movimentos de moradia desde o final dos anos 80, ela conta que há 16 anos mora em um apartamento viabilizado pela “luta”, no Jaraguá, na zona oeste de São Paulo, e agora milita por sua filha, de 33 anos e pela neta, que tem problemas de saúde. “O terreno que moro demorou quase sete anos para sair. A gente fazia muita marcha, batia muita lata, aí saiu. Então, sei como é”, conta.

Os cerca de 400 manifestantes devem se revezar acampados no local até que aja uma negociação com a prefeitura, responsável pelo terreno.

Em 2012, os movimentos ocuparam a área pela primeira vez e receberam a promessa que ela seria destinada a programas habitacionais. Agora, vem a informação que 600 unidades serão construídas no local, mas não há garantias de que haverá acesso do grupo à parte delas. Por isso, a ocupação. “Nosso objetivo é pressionar para que parte das unidades fique com esse pessoal que está lutando há tanto tempo”, explica José Abraão, um dos coordenadores da União de Movimentos de Moradia.

O grupo que Abraão faz parte entregou, recentemente, 260 unidades. Em maio, deve entregar as chaves de mais 240 e pretende começar, ainda este ano, a construção de quase 1700 unidades habitacionais, financiadas com recursos do Minha Casa, Minha Vida Entidades, destinados a chamada faixa 1 do programa federal, que atende pessoas com renda entre 0 e R$ 1.600. “As construtoras estão fazendo muita coisa, mas não fazem para o perfil do nosso pessoal aqui. Eles constroem para gente com mais renda. Quem viabiliza para baixa renda são os movimentos”, garante Abrão. “Por isso, tem que fazer a luta. Não tem jeito.”

 

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