Adaptação

São Paulo terá ‘De Braços Abertos’ para transexuais

Prefeitura vai iniciar, em maio, um projeto para motivar empresas a contratarem transexuais, com cuidados médicos e educação escolar

arquivo rba

Projeto da prefeitura paulistana pretende valorizar direitos e cidadania de transexuais

São Paulo – A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo vai iniciar, em maio, um projeto para motivar empresas a contratarem transexuais e travestis, em cargos bem remunerados e com possibilidade de interação com o público. O projeto, que inclui serviços de saúde e aumento da escolaridade, funcionará nos moldes do programa De Braços Abertos, que na fase atual emprega dependentes de crack no serviço de limpeza pública.

O Trans Cidadania Brenda Lee, como será chamada a iniciativa, é resultado da articulação da Secretaria de Direitos Humanos com as secretarias municipais de Políticas para as Mulheres, de Saúde, de Educação e de Trabalho. A empresa que participar terá que contratar um percentual determinado de trabalhadores transexuais e travestis e ela poderá usar isso para a sua imagem social

“Ele segue uma linha parecida com o De Braços Abertos, mas traz a experiência de reconhecer a identidade de gênero dos trabalhadores”, explica a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Denise Motta Dau. “Conversamos bastante com os movimentos sociais, que deixaram claro que não querem repetição de capacitações profissionais rápidas que terminam em vagas precarizadas, mal remuneradas e sem visibilidade.”

O projeto prevê ainda implantar campanhas para o uso dos nomes sociais, a instalação de centros de referência especializados na saúde desse público e a elevação da escolaridade. “Muito jovens vêm para São Paulo fugindo do preconceito, que é mais forte no Norte, Nordeste e no interior, e acabam vítimas de uma rede de exploração sexual. Como eles dizem, você ‘faz a noite’. Com a remuneração, paga o proprietário de uma pensão que os hospeda e recebem implantação de silicone e cabelos. Eles param de estudar e não conseguem mais sair dessa rede.”

Colaborou Malú Damázio.