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Para Vannuchi, punição de general no atentado ao Riocentro é ‘inevitável’

Newton Cruz está protegido pela Lei da Anistia. Vannuchi argumenta que atentado ocorreu dois anos após promulgação da lei que isenta crimes militares até a data da publicação

Wikimedia Commons

A tentativa militar fracassou. Uma das bombas explodiu dentro do carro, no colo do sargento do DOI-Codi

São Paulo – O general reformado Newton Cruz, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), disse, na última sexta-feira (15), em entrevista à Folha de S. Paulo, que não pode ser punido pelo atentado ao Riocentro, ocorrido em 1981, porque se sente protegido pela Lei da Anistia, que isenta torturadores de crimes cometidos na ditadura.

Entretanto, o analista político da Rádio Brasil Atual, Paulo Vannuchi, afirma que a punição será “inevitável”, já que a lei isenta militares de crimes ocorridos até a data da publicação, em 1979. “O que aconteceu depois de agosto de 1979, obviamente, não está protegido”, diz Vannuchi.

O Ministério Público Federal (MPF) investiga a participação de Newton Cruz no atentado ao Riocentro e pede que o general seja condenado a 36 anos e seis meses de prisão. Cruz declarou aos procuradores que soube cerca de duas horas antes que agentes do DOI-Codi do Rio de Janeiro acionariam bombas no festival de música em homenagem ao Dia do Trabalhador, ocorrido no centro de convenções, no dia 30 de abril daquele ano.

A tentativa militar fracassou. Uma das bombas explodiu dentro de um carro, no colo do sargento Guilherme do Rosário, que morreu no local. De acordo com Cruz, outra bomba seria colocada na casa de força do Riocentro. “Com a bomba na casa de energia elétrica, viria escuridão e uma multidão em pânico”, argumenta Vannuchi.

Para o comentarista da RBA, Cruz deve ser punido ainda que não seja preso. Ele acredita que o MPF deve também aposentar compulsoriamente os torturadores que eventualmente estejam no serviço público e listar seus nomes como exemplos para que as novas gerações não repitam aquilo que fizeram”.

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