segurança pública

Complexo da Maré, no Rio, é ocupado

Presidenta Dilma assinou na sexta-feira decreto dando poderes de polícia ao exército, que será enviado ao Rio nos próximos dias para colaborar no controle da Maré

Paulo Campos/CÓDIGO 19/Folhapress

Operação começou às 5h com a entrada de 21 blindados da Marinha à frente das tropas e foi encerrada às 7h

Rio de Janeiro – Cerca de 1.200 policiais, com o apoio da Marinha, ocuparam neste domingo (30) o Complexo da Maré, um grupo de 15 favelas considerado o mais perigoso do Rio de Janeiro. A operação, começou às 5h com a entrada de 21 blindados da Marinha à frente das tropas e foi encerrada às 7h.

Os policiais ocuparam paulatinamente a comunidade, onde vivem cerca de 130 mil pessoas, em pouco mais de duas horas, mas a busca por armas e drogas ainda deve durar vários dias.

A ocupação da Maré foi preparada nas últimas semanas com a presença constante de policiais nos acessos do Complexo e com operações em outras favelas de Rio.

Nos últimos oito dias foram detidas 57 pessoas nestas operações, embora hoje, durante a ocupação, a polícia não tenha encontrado resistência.

O governo do Rio de Janeiro solicitou ajuda ao governo federal para ocupar o Complexo depois de nas últimas semanas ter acontecido uma onda de ataques a policiais, que a polícia acredita ter sido ordenada pelos líderes do tráfico de drogas que se entrincheiraram no bairro.

A presidenta Dilma Rousseff assinou na sexta-feira um decreto dando poderes de polícia ao exército, que será enviado ao Rio nos próximos dias para colaborar no controle da Maré.

O decreto prevê que o exército permaneça até dia 31 de julho, duas semanas depois da final da Copa do Mundo, mas deixa aberta a possibilidade de estender a operação mais tempo.

O Complexo da Maré é considerado o principal centro de distribuição de drogas do Rio de Janeiro por sua localização estratégica, entre a baía de Guanabara e as duas principais estradas de acesso ao Rio, a Avenida Brasil e a Linha Vermelha.

Receptividade

A população do Complexo da Maré recebeu positivamente a chegada das forças de segurança, segundo o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, coronel André Vidal. O batalhão ficou responsável por ocupar quatro comunidades: Vila Pinheiro, Baixa do Sapateiro, Vila do João e Parque Boa Esperança, todas até então comandadas por uma facção criminosa.

O oficial falou após a cerimônia de hasteamento das bandeiras do Brasil, do estado do Rio  e do próprio batalhão, em uma praça ao lado do Morro do Timbau. “O objetivo primeiro foi a tomada pacífica do terreno, sem risco para os moradores. A população nos recebeu com palmas e sorrisos. É só olhar em volta e ver”, disse o coronel.

André Vidal pediu apoio dos moradores com informações que possam levar à apreensão de armas e drogas, além da localização de criminosos. Segundo ele, a população não precisa ficar com medo, pois a operação é definitiva.

“Não é só uma ocupação de força, é uma ocupação social. Espero que os próximos governantes mantenham isso. A polícia veio para ficar, só sairemos com a chegada do Exército.”


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