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Tatto não vê piora em serviço de ônibus em São Paulo e culpa gestão Kassab por demora

Secretário de Transportes da capital paulista evita associar problemas a corte e mudança em linhas e afirma que o principal foco neste ano é adequar demanda de passageiros e número de veículos

Diogo Moreira/Frame/Folhapress

Jilmar Tatto destacou que a prefeitura tem como verificar se as empresas estão liberando os coletivos desde a garagem

São Paulo – O secretário Municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, afirmou hoje (13) que a percepção de que há demora na passagem dos ônibus na cidade se deve mais à espera na saída dos pontos finais, em virtude da quantidade de passageiros no embarque, do que a uma falta de coletivos. “Não é necessariamente falta de ônibus. Muitas vezes um veículo demora no embarque e o próximo tem de ficar esperando”, disse Tatto, em evento na sede da secretaria, no centro da capital.

O secretário disse que a gestão Fernando Haddad (PT) está ampliando a fiscalização e criticou o antecessor, Gilberto Kassab (PSD), a quem classificou como tolerante com problemas na prestação de serviço das empresas. “Os concessionários ficaram meio largados nos últimos anos. A prefeitura pagava e eles operavam como quisessem. Não pode ser assim. Nós estamos em cima.”

Tatto afirmou que a prefeitura está fiscalizando empresas e cooperativas com um sistema de localização de veículos desde a saída das garagens. “Com isso dá para saber se eles estão saindo com todos os veículos, sobretudo nos horários de pico”, explicou. Além disso, a prefeitura está monitorando as partidas nos terminais com fiscais. “Todo mês nós fazemos um levantamento das partidas e nos reunimos com os operadores para ver o que acontece. Se ficar constatada ma-fé da empresa no número de veículos nós exercemos o direito de fiscalização.”

Segundo o secretário, o número de reclamações vem caindo, o que demonstraria que o serviço está melhorando. No fim do ano passado a São Paulo Transportes (SPTrans) divulgou um relatório em que indicava queda de 15% em relação ao ano anterior. No entanto, a queixa de superlotação dos ônibus subiu 13%.

O aumento do número de ônibus em algumas linhas também está sendo avaliado, para aumentar a disponibilidade de veículos onde houve aumento de demanda. Sobretudo pelo aumento de velocidade com as faixas exclusivas, que criaram lacunas maiores de tempo entre os coletivos.

Em 2013, o número de passageiros aumentou em 6 milhões em relação a 2012. Foram 2,923 bilhões no ano passado, contra 2,916 bilhões no ano anterior. E 1.148 novos ônibus foram inseridos na frota paulistana. “Esse é o nosso principal trabalho este ano: adequar veículos e demanda.”

Licitações e auditoria

Tatto também disse acreditar que a licitação dos novos corredores deve ser concluída no início de março. Os documentos exigidos pelo Tribunal de Contas do Município foram entregues na última sexta-feira (7) e o processo deve ser liberado em uma semana. Se não houver outros impedimentos, as obras devem começar até o meio do ano.

A auditora Ernst & Young venceu a licitação para analisar as planilhas de gastos do sistema de transporte público da capital paulista. A primeira reunião com a empresa deve ser na próxima semana, mas ainda não há previsão de quando vai se iniciar a auditoria.

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