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Boatos e expectativa precedem reintegração em imóvel da Caixa em São Paulo

Quase mil apartamentos construídos com recursos do Minha Casa, Minha Vida estão ocupados desde junho do ano passado por 11.500 pessoas. Assessoria de Haddad nega possibilidade de reunião com ocupantes

Vinícius Pereira/Folhapress

Os moradores acreditam que conseguirão barrar a reintegração judicialmente ou por uma decisão de Haddad

São Paulo – Boatos e expectativa precedem a reintegração de posse em imóvel da Caixa Econômica Federal, em Itaquera, zona leste de São Paulo, marcada para hoje (18). São 940 apartamentos construídos com recursos do Minha Casa, Minha Vida que estão ocupados desde junho do ano passado por 11.500 pessoas. Parte dos moradores fez barricadas e um cordão humano em torno dos blocos do conjunto habitacional Caraguatatuba. A Polícia Militar está no local com grupamentos da Tropa de Choque e da Força Tática. Quatorze oficiais de justiça aguardam o momento para cumprir ordem da 13ª Vara Cível federal.

Por volta das 11h circulou a informação de que o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), iria receber uma comissão de dez pessoas na sede da prefeitura, no centro da cidade.  No entanto, a assessoria da prefeitura nega a reunião. Lideranças também afirmam que uma comissão está em Brasília tentando obter uma liminar para barrar a reintegração.

O conjunto habitacional seria entregue em agosto passado para famílias com renda até R$ 1.600 que vivem em áreas de risco, entre elas ex-moradores do Jardim Pantanal, também na zona leste, que ficou alagado durante 40 dias seguidos entre dezembro de 2009 e janeiro de 2010.

Os moradores dizem que a ocupação ocorreu de maneira espontânea. As famílias vieram de vários bairros da cidade, a maioria delas fugindo do aluguel. Todos garantem que já estão inscritos em programas habitacionais há décadas. Agora esperam conseguir barrar a reintegração e ficar nos apartamentos.

“Eu não tenho pra onde ir. Minhas crianças são pequenas. Ninguém quer alugar imóvel pra casal com filho e eu não tenho como pagar adiantamento”,reclama a empregada doméstica Rose Oliveira.

Os moradores acreditam que conseguirão barrar a reintegração judicialmente ou em função de uma decisão de Haddad, mas estão dispostos a resistir à ação policial. “Eles querem guerra, vão ter guerra. Dinheiro para a Copa, pra Cuba, pro Haiti tem. E a gente aqui só se ferrando, sem moradia”, desabafa um morador.

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