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Rapaz baleado durante protesto em São Paulo continua em estado grave

Manifestante teria tentado atacar policiais com estilete, segundo versão da PM, e levou três tiros

©adriano lima/brazil photo press/folhapress

Mulher socorre criança após manifestantes incendiarem fusca

São Paulo – Boletim divulgado na manhã desta hoje (27) pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo informa queFabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, de 22 anos, continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital em estado grave, porém estável, segundo informações do SpressoSP.

O jovem passou por cirurgias para contenção da hemorragia e retirada dos projéteis no próprio sábado. Permanece sedado, mas já respira sem ajuda de aparelhos. Fabrício recebeu dois tiros de policiais militares no último sábado (25), na região central da capital paulista, durante protestos contra a Copa realizados no final da tarde.

O rapaz estava acompanhado de outra pessoa e foi perseguido por dois soldados por “atitudes suspeitas”, segundo disseram os PMs no boletim de ocorrência registrado no 4º DP (Consolação). De acordo com a versão dos policiais, Fabrício teria reagido quando os soldados revistaram sua mochila e encontraram material explosivo. Conforme os PMs, o rapaz teria tentado atacá-los com um estilete. Ele levou um tiro no tórax e outro na virilha.

A polícia agiu com truculência também ao perseguir manifestantes em um hotel no centro. Imagens colhidas por um jornalista free-lancer e divulgadas no site da Folha de S. Paulo mostram soldados do Batalhão de Choque da PM encurralando pessoas no saguão do hotel Linson, na rua Augusta, no começo da noite de sábado (25).

A perseguição começou, segundo relatos, na rua Marquês de Paranaguá, quando os policiais cercaram manifestantes e atiraram bombas de gás lacrimogêneo. Alguns escaparam e se refugiaram no hotel. Soldados entraram de arma em punho no estabelecimento. O estudante Vinícius Augusto Duarte, de 26 anos, afirmou que foi espancado por um policial no hotel.

No total, foram detidos 135 manifestantes, para averiguação de participação em atos de vandalismo contra agências bancárias e concessionárias de veículos e viaturas no percurso do ato. O Fusca do serralheiro Itamar Santos, de 55 anos, foi incendiado no protesto. Todos os detidos prestaram depoimento e foram liberados nesta madrugada. Segundo relatos de alguns deles, os soldados estavam sem a tarja de identificação em seus uniformes.

A manifestação começou de forma pacífica na avenida Paulista por volta de 17h. Segundo informes da PM no Twitter, grupos mascarados começaram a depredações e a atirar rojões e bolas de gude contra os soldados. O confronto teve início nas imediações do Teatro Municipal, região central.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse à imprensa que a ação da polícia foi para evitar uma tragédia, temendo que os manifestantes fossem à praça da República, onde estava havendo um show em comemoração ao aniversário da cidade. A Prefeitura de São Paulo cancelou um evento do aniversário marcado para após as 22h no centro.

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