Águas de janeiro

Jovem é baleado durante manifestação; confira fotos de ato contra Copa

Protesto teve início na Avenida Paulista e depois se espalhou. Alguns participantes quebraram caixas eletrônicos e depredaram um carro da Guarda Civil Metropolitana. 128 foram detidos, segundo PM

O ato em São Paulo foi o primeiro de uma série a ser realizada este ano contra o Mundial, que começa em junho <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>A promessa de manifestantes é de que os protestos serão tão grandes que vão inviabilizar a realização do Mundial <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>Em torno de dois mil manifestantes saíram da Avenida Paulista em direção ao centro da capital <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>Segundo relatos, Fusca não foi queimado por manifestantes, como chegou a ser informado <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>O que ocorreu, dizem, é que o veículo passou por uma barricada e arrastou um colchão em chamas <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>Bombas de gás lacrimogêneo começaram a ser lançadas na Augusta. Ação chegou a ser realizada dentro de hotel <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>Os principais pontos de conflito foram a Praça Roosevelt e a Rua Augusta, no centro <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>No final da tarde, o batalhão conhecido pela atuação em protestos entrou em cena <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>Marcha foi acompanhada do alto por helicópteros da Polícia Militar <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>O saldo da PM é de caixas eletrônicos quebrados em três agências bancárias e um carro da GCM depredado <span>(Vanessa Nicolav/RBA)</span>

São Paulo – Um rapaz de 23 anos foi baleado ontem (25) na mesma região onde ocorria o protesto contra os gastos públicos com a Copa do Mundo. A Polícia Militar confirma que abordou dois homens em “atitude suspeita” no Higienópolis, região central, e alega que um deles portava explosivos na mochila. A Secretaria Estadual de Segurança Pública acusa ainda que o rapaz baleado reagiu à abordagem policial usando um estilete e por isso tomou três tiros – dois no peito e um na virilha. Agora, ele está internado na Santa Casa, próximo dali, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o rapaz foi socorrido pelos próprios PMs antes da chegada do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), o que contraria a orientação oficial para este tipo de ocorrência. Segundo a norma, o transporte deve ser feito preferencialmente pelo serviço médico de emergência, medida que visa a impedir a descaracterização da cena da ocorrência.

O outro rapaz  foi capturado para o 4º Distrito Policial (DP), no bairro Consolação, onde o caso foi registrado como resistência, lesão corporal e desobediência. O caso está sendo investigado pela Corregedoria da PM e pela Polícia Civil. O delegado requisitou exame pericial para o local e para os objetos apreendidos e exame residuográfico para os policiais militares.

Este não foi o único episódio violento registrado durante o ato “Se não houver direitos, não vai haver Copa”, convocado pelas redes sociais por coletivos que acompanham os preparativos para o Mundial de junho. Segundo a PM, 2.500 pessoas se concentraram no vão livre do Masp, na avenida Paulista, por volta de 15h.

Em seguida, os manifestantes desceram a avenida Brigadeiro Luis Antônio em direção ao centro, onde chegaram no Largo São Francisco e passaram pela prefeitura, no Viaduto do Chá. A manifestação começou a ganhar tensão em frente ao Teatro Municipal, onde ocorria uma feirinha gastronômica em virtude do aniversário da cidade. Na sequência houve uma explosão e começou um corre-corre.

Quando a marcha seguida pela Consolação, novamente em direção à Paulista, apareceram viaturas da Tropa de Choque da Polícia Militar e teve início a depredação de latas de lixo e caçambas por manifestantes. Militantes encapuzados quebraram ainda caixas eletrônicos em três agências e uma viatura da Guarda Civil Metropolitana, segundo estatística da PM, que confirmou a detenção de 128 pessoas, todas liberadas após registro de boletim de ocorrência no 78º Distrito Policial.

Um pouco mais tarde, a PM encurralou manifestantes em um hotel da Rua Augusta. Sem saída, perto da Rua Marquês de Paranaguá, os participantes entraram no edifício, onde acabaram reprimidos com disparos de balas de borracha a curta distância e bombas de gás, como mostra o vídeo abaixo, compartilhado no perfil do Mídia Ninja no Facebook.

Na tarde do aniversário de 460 anos da capital, em torno de 2 mil pessoas se reuniram na Avenida Paulista para o primeiro de uma série de atos para protestar contra a realização do Mundial da Fifa, como mostra o álbum de fotos de Vanessa Nicolav, especial para a RBA.

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