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Incêndios a ônibus na zona sul estariam ligados a morte de jovem pela PM

Guilherme Augusto Gregório foi morto com cinco tiros, por volta das 2h da terça-feira (28), quando voltava da casa da ex-companheira. Secretaria de Segurança ainda averigua motivação

Tercio Teixeira/Folhapress

Na zona sul, quatro veículos foram incendiados em três dias e houve restrição à circulação

São Paulo – As ações mais recentes de incêndios contra ônibus na zona sul de São Paulo, podem estar relacionadas ao assassinato de um jovem de 19 anos, morador do Jardim Ângela, contou hoje à RBA o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, que atua na região. Guilherme Augusto Gregório foi morto com cinco tiros, por volta das 2h da terça-feira (28), quando voltava da casa da ex-companheira, onde deixou a filha de dois anos.

Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, a família do jovem disse ter certeza de que o crime foi cometido por policiais. Eles teriam ameaçado Guilherme após tê-lo pego portando maconha durante uma revista, na noite anterior.

A Secretaria Estadual de Segurança Pública informou que até o momento não tem nenhuma confirmação destes fatos e continua averiguando os motivos dos ataques aos ônibus. Segundo a São Paulo Transportes (SPTrans), 32 veículos foram incendiados na cidade desde o início do ano. Outros 18, de empresas que operam o sistema intermunicipal, também teriam sido atacados. Do total, quatro foram atacados na zona sul da cidade nos últimos três dias.

Ao menos 12 linhas de ônibus que servem a região do Jardim Ângela têm deixado de circular à noite, sob justificativa de falta de segurança.

No entanto, os incêndios têm sido comuns em várias regiões da cidade, não só na zona sul, como reação a motivos diversos: ações violentas da polícia, enchentes, despejos. “Ficou uma coisa comum incendiar ônibus como forma de protesto. Mas o MTST não apoia este tipo de ação”, afirmou Boulos, rechaçando acusações de que movimentos sociais estariam por trás das ações.

Outro temor é de que o Primeiro Comando da Capital (PCC) esteja por trás dos ataques, como ocorreu em 2006. No entanto, um oficial da Polícia Militar, que pediu para não ser identificado, disse que não há nada oficial dentro da corporação que confirme esse temor.

Ontem (29), o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, afirmou que não era possível determinar com clareza as ações. “Não temos ainda clareza se é crime organizado ou se são meramente movimentos sociais. Por que razão? Porque as motivações confirmadas pelas próprias empresas são as mais distintas. Ora em razão da morte de uma pessoa, ora em razão de enchente, ora em razão de algum outro problema”, disse Grella, durante balanço do programa Braço Abertos, em companhia do prefeito Fernando Haddad (PT).

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